Operador Nacional do Sistema Elétrico emitiu parecer contrário à participação de empreendimentos gaúchos no leilão de energia que será feito em dezembro. Um freio nas expectativas do setor por aqui
E o esse parecer tem a ver com Viamão? Muito. A cidade tem muito potencial para crescer – e muito – na produção de energia eólica. Com quase 100 quilômetros de costa doce que podem ser aproveitados quase integralmente para instalação de parques do gênero, o impeditivo para a compra de energia produzida aqui reduz a perspectiva de transforma a cidade em uma das maiores produtoras de energia limpa do Estado.
Hoje, Viamão conta com um parque eólico, composto por três empreendimentos. O plano era que estivessem em operação para abastecer o sistema da capital durante a Copa do Mundo de 2014. Não ficou pronto. A produção de energia só foi possível quase um ano depois, em meados de 2015.
Os problemas lá e agora são basicamente os mesmos.
O efeito-Brasil
O Operador Nacional do Sistema justifica o parecer contrário dizendo que não há linhas de transmissão capazes de levar a energia gaúcha para distribuição em outros pontos do país. Essas linhas devem ser construídas, segundo a Eletrosul até dezembro de 2018. A energia comprada a partir de janeiro de 2019. Daria tempo, então.
Só que não.
O ONS está levando em conta um relatório do Comitê Nacional de Monitoramento do Sistema Elétrico, órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, que prevê atrasos na conclusão das obras de linhas de transmissão. Se tudo der certo – e pode não dar –, as obras só estariam prontas em março de 2019. E prazo era para janeiro.
Por que Viamão perde?
Com isso, empreendimentos gaúchos terão de esperar um próximo leilão de compra de energia para serem habilitados. Até lá, outros estados seguem levando vantagem nessa competição, notadamente o Nordeste e áreas do litoral capixaba.
Viamão perde com isso não só pelo adiamento de investimentos que poderiam beneficiar a cidade imediatamente, mas também porque as empresas que produzem energia eólica estarão voltadas nos próximos anos aos ajustes dos novos parques em implantação – e podem não apostar tanto quanto apostariam hoje em cidades como a nossa.
O governo do Estado enviou um ofício ao ONS pedindo que reconsiderasse o parecer contrário aos empreendimentos gaúchos. Até agora, o Piratini só aguarda.