Uma data para a prisão de Bolsonaro? Que tal 26 de fevereiro?; Viamão presente!

Já tem napoleão de hospício planejando ir de Viamão a São Paulo na manifestação que Bolsonaro convocou para o dia 25 na Av. Paulista.

O melhor que pode lhes acontecer é restar testemunhas do último adeus ao ex-deprimente da república antes de pegar até 23 anos de cadeia por traição à pátria.

Por óbvio o ato será mais uma afronta à justiça e ao STF, o que pode dar causa legal para uma prisão preventiva do golpista que a convoca.

Associo-me ao artigo Uma data para a prisão de Bolsonaro? Que tal 26 de fevereiro? Digo por quê, do jornalista Reinaldo Azevedo.

Sigamos no texto.

Parece que Jair Bolsonaro quer ser preso. Sendo assim, está no caminho certo. E aqueles que, no seu entorno, o estimulam a levar adiante a tal manifestação do dia 25 contra o Supremo, tudo indica, têm a intenção de usá-lo como um “mártir”. Na cabeça dos valentes, isso seria um ativo eleitoral já neste ano. Para quem costuma dizer que “a liberdade é mais importante do que a vida” — lema que foi usado na campanha contra as vacinas —, o “Mito” evidencia não levar a sério nem suas convicções tortas. Está a um passo de preservar a vida, secundária para ele (e que seja longa para pagar por tudo!), perdendo o que considera o bem mais precioso. Explico.

Aliados e simpatizantes às pencas do ex-presidente aos quais resta algum juízo estão tentando convencê-lo a desistir da porra-louquice. Ele ouve as contraditas, mas, até agora, se mostra irredutível, numa evidência de que está mal cercado. A tropa de choque das milícias digitais e de seus extremistas de estimação já forçaram o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o governador do estado, Tarcísio de Freitas, a anunciar a adesão. Ou é assim, ou entram na máquina de moer reputações.

Vamos a algumas questões elementares:

1: qual é a chance de “a rua bolsonarista” não se se converter num coro de caça ao tribunal, de modo que o evento convocado e liderado por Bolsonaro se transforme numa óbvia afronta a decisões da Justiça?;

2: ainda que ele falseie a verdade de forma mansa, não tem como calar aqueles que cativou, para lembrar a raposinha de “O Pequeno Príncipe”. E aí a cadeia começa a se agigantar no horizonte;

3: é evidente que os que o incitam a seguir nessa trilha apostam que o ato do dia 25 não será o último. O que ele anuncia só faz algum sentido, dada a sandice do conjunto, se for o primeiro passo de uma escalada. Note-se: os que atendem a seu chamado têm uma exigência. E qual é? Que seu demiurgo deixe de ser investigado e que sua elegibilidade seja devolvida;

4: nos dois casos, este senhor almeja que o Poder Judiciário — que ele personaliza na figura do ministro Alexandre de Moraes para facilitar o proselitismo — se quede de joelhos para lhe fazer as vontades.

5: de um lado, nessa formulação doidivanas, estaria “o povo” — ao menos o seu — e, de outro, o STF, que, pois, estaria “contra o povo”. Ocorre que esse ente é justamente aquele que enfrentou, nos limites da lei e desde que se fez necessário, tanto uma política homicida de Saúde como os sucessivos arreganhos golpistas.

Assim, deve-se concluir que o recalcitrante, mesmo inelegível e investigado por “Crimes Contra o Estado Democrático de Direito”, para citar o Título XII do Código Penal, segue firme na sua disposição de atacar o tribunal. Foi o que fez ao longo de quatro anos de mandato. Não por acaso, seus seguidores investiram com especial ferocidade contra a sede da Corte naquele 8 de janeiro.

Se rolar só um tantinho do perigo, a prisão preventiva se torna um imperativo. E por dois motivos: 1) porque ele estará a ameaçar a ordem pública com fatos novos concretos; 2) porque, segundo consta, pretende levar ao protesto outros investigados, desrespeitando medida cautelar.

“AH, ELE NÃO VAI SER DOIDO…”

Aí dirão alguns: “Ele não vai ser doido…” Não? Conto uma historinha da vida real. No Sete de Setembro de 2021, Arthur Lira, presidente da Câmara (PP-AL,) e o senador Ciro Nogueira (PP-AL), então ministro da Casa Civil, asseguraram aos magistrados que não haveria ataques às instituições; o “patriota” se limitaria a celebrar a data etc e tal.

Em Brasília, apesar da alta voltagem ideológica, evitou-se ultrapassar a fronteira do crime. Lira e Ciro, então, telefonaram aos ministros na linha: “Viram? Ele se comportou…” De Brasília, o cara voou para São Paulo e aí destrambelhou. Pediu a cabeça de Moraes, apelou ao baixo calão e disse que não mais cumpriria decisões do ministro. Ameaçou até com sangue:

“Nós temos três alternativas, em especial para mim: preso, morto ou com vitória. Dizer aos canalhas que nunca serei preso. A minha vida pertence a Deus, mas a vitória é de todos nós…”

Se repetir uma fração do que disse naquele dia, não será morto; será preso.

Faria melhor se ouvisse o que resta de sensatez à sua volta e cancelasse o troço. Não é um conselho, que não faço isso, mas uma opinião. Até porque torço para que não dê atenção. Assim, vai mais cedo para a cadeia.

O golpista é uma esfinge sem segredos, né? No vídeo de agora, em que convoca a manifestação, ele afirma:

“Mais do que discurso, uma fotografia de todos vocês. Vocês são as pessoas mais importantes desse evento. Para mostrarmos para o Brasil e para o mundo a nossa união, as nossas preocupações e o que queremos: Deus, pátria, família e liberdade”.

Afirmou praticamente a mesma coisa em São Paulo, naquele setembro de 2021:

“Hoje temos uma fotografia para mostrar para o Brasil e o mundo. Não de quem está agora nesse carro de som, mas uma fotografia de vocês para mostrar para o mundo e para o Brasil que as cores da nossa bandeira são verde e amarelo. Cada vez mais nós somos conservadores.”

Vale dizer: antes, como agora, ele sonha congelar um dos Poderes com a “fotografia” dos seus seguidores, substituindo a Justiça por sua turba, como reivindicam os fascistoides mundo afora.

Sempre achei que o líder inconteste da extrema-direita brasileira seria preso apenas depois do trânsito em julgado de sentença penal condenatória. É uma data jurídica, não cronológica. Obrigo-me a concluir que, tudo o mais constante, vai em cana no dia 26 de fevereiro.

Se deseja pagar para ver, verá. Em 2021, nada poderia atingi-lo. Os crimes de responsabilidade que cometeu, inclusive naquele dia, não dariam em nada porque não havia número no Congresso para impichá-lo. Uma denúncia por crime comum seria igualmente barrada na Câmara.

Agora, Bolsonaro está sujeito à lei que protege o Brasil de gente como ele.

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