Com a entrega do Beco do Lava-pés, Bonatto dá à cidade um modelo de como pensa o desenvolvimento de Viamão: obras que se interligam por algo maior
Não é só pelo asfalto: é pela simbologia.
A maior obra do governo Bonatto, segundo ele próprio, é conformação que está se criando na Viamópolis, com as pavimentações recentemente inauguradas ali, o Masterplan e a perimetral metropolitana.
– Fizemos o Beco dos Soares e, agora, o Lava-pés. Desafoga todo o trânsito na 42, que era um problema. Mas prepara toda aquela região para o que está por vir.
Bonatto fala do recém aprovado projeto que dá novo uso à área da antiga fábrica da Mu-Mu e vai além: a perimetral metropolitana.
– Até o final do ano, rasgo aquela avenida ali – promete.
É claro que em tão pouco tempo não dá para concluir as obras de uma avenida. Além disso, para que a perimetral seja, de fato, metropolitana, recursos estaduais precisam ser investidos em uma obra extensa e complexa, que termina ligando Viamão a Alvorada e, depois, Cachoeirinha – uma alternativa ao Caminho do Meio e à ERS-118.
– A gente abre e a obra segue. O importante é dar início e o município fazer a parte que lhe cabe. A avenida toda é coisa para daqui a 5 ou 10 anos. Mas aquele primeiro trecho pode ser feito.
Com iniciativas que parecem menores individualmente, Bonatto espera consolidar e ver reconhecida a ideia de que cada obra se liga a uma seguinte dentro de um grande plano de desenvolvimento.
– Sou muito ligado ao pensamento sistêmico. Se temos um objetivo, o que fazemos para chegar lá? Mesmo com pouco, dá para continuar caminhando, sempre a frente – diz o prefeito.
– Nosso projeto é de longo prazo. Começamos bem. A máquina pública está funcionando, é enxuta e organizada. Olha quantos municípios ao nosso redor deixaram de pagar o 13º. Nós estamos com tudo em dia.
E lembra de um número que apareceu – e assustou – na apresentação de suas contas, na semana passada.
– No primeiro ano de governo, paguei R$ 65 milhões. Para o André, vai ficar R$ 4 milhões – compara.
O grande legado é a ideia de uma Viamão grande – e grandiosa.
10 dias de governo
Ainda esta semana, Bonatto pretende entregar obras em postos de saúde, academias ao ar livre e outras pavimentações que estão em andamento.
– O governo vai até o último dia – diz, sorrindo.
No dia 30, último dia útil da sua gestão, Bonatto pretende receber a imprensa para uma coletiva em que apresenta mais do que números.
– Vamos falar de tudo o que foi feito, um grande apanhado do que avançamos nesses últimos quatro anos.
O evento vai ser o último ato de Bonatto como prefeito de Viamão e o primeiro de sua nova fase, longe do governo.
– Não estarei aqui no dia a dia, mas posso dar os meus conselhos e pitacos – lembra.
– Par alguns, é difícil deixar o cargo de lado. Mas eu me preparei para isso quando decidi não concorrer, da mesma forma que me preparei para ser prefeito quando, em 2011, decidi que queria ser prefeito.
Em 10 dias, muito do seu tempo será dedicado aos ajustes de final de ano que precisam ser feitos. Uma pasta cheia de empenhos aguardam a aprovação do prefeito para serem pagos. Outros processos que tramitam de uma secretaria para outra ainda precisam da sua assinatura.
– Antes, eu levava essas coisas para casa, no final de semana. De uns dois anos para cá, não levo mais nada. Sei que dá para dar conta de tudo aqui.
E assim vai Bonatto segue até o dia 31, tirando um pouquinho do uniforme de casa vez, para em janeiro tirar as primeiras férias de verdade com a família em quatro anos.
– Depois é depois! – encerrra.
