Câmara deve votar hoje à tarde o projeto de lei 25/2016 – que permite que a área onde ficava a empresa seja destinada à construção civil
E, é claro, que o assunto vem dando o que falar. Há os vereadores contrários porque o projeto é do governo, os contrários porque são contra mesmo e os que pensam em votar a favor, mas não dizem muito para evitar a crítica.
Os que são favoráveis desde sempre, esses não se escondem.
Para o leitor entender: desde o final de 2014, quando a Mu-Mu anunciou o fechamento da produção em Viamão, o destino da área onde ficava a unidade da empresa vem sendo alvo de especulações. Hoje, o terreno só pode ser usado para fins industriais – é o que manda a lei.
O projeto 25/2016 muda exatamente isso: amplia as possibilidades de destino para aquela área, que ficou espremida pela cidade e não tem mais condições de suportar o peso da movimentação que uma indústria exigiria.
Essa mudança, inclusive, faz parte do processo conhecido como Masterplan, o grande planejamento estratégico proposto pelo governo para discutir a cidade para os próximos 20 anos.
Concretamente, o que se pensa para ali é a construção de condomínios residenciais, um supermercado e um centro de compras. Em contrapartida, a empresa que incorporaria o empreendimento daria à cidade uma série de equipamentos públicos. Fala- se em praças, uma unidade de saúde e um prédio para o Corpo de Bombeiros, por exemplo.
Mas outras ideias já foram cogitadas e postas à mesa.
Projetos do novo empreendimento já foram apresentados aos vereadores e à sociedade pelo Masterplan
Negociações até os 45 do segundo tempo
Hoje pela manhã, o governo ainda discutia com vereadores o tamanho dessas contrapartidas – e todas as possibilidades que elas tem. Até a votação, que deve acontecer na sessão de logo mais, às 16h, no auditório da ACIVI, muito ainda pode ser alterado.
As negociações vão até os 45 minutos do segundo tempo, nesse jogo.
Na Câmara, a maioria dos vereadores evita a polêmica e não se posiciona definitivamente sobre o assunto. O governo conta com a maioria para aprovar a medida, especialmente com uma ampla base que segue de olho nos espaços que pode ter no governo André Pacheco, que começa em janeiro que vem.
Precisando, o governo vai pressionar sua bancada. Mas, por enquanto prefere, a negociação. O prefeito Valdir Bonatto, porta-voz da ideia, está em férias – e não descarta uma ligação pessoal os vereadores para defender que a medida seja aprovada hoje e o projeto liberado.
Região teria uma nova conformação viária para permitir a movimentação de quem viveria no condomínio