Aos inúmeros processos que começamos lá no início dessa história, aos que findaram e aos que ainda correm em nossas veias: mais um ciclo que se encerra. Para todas as nossas dores, que em noites silenciosas, curamos com nossa própria resiliência…
Para todos os dias que demoraram para passar, para os dias de chuva, de tempestade, aqueles em que acabamos por molhar até as meias… E sem querer, chegamos até aqui, com nossos olhos voltados para o futuro.
Em busca de algo mais, desejando os próximos capítulos. Fadados a comemorar esse final, a porta que fecha, a janela que se abre. Com a autonomia de uma ave que sobrevoa o horizonte, construímos nossa própria narrativa, inserindo personagens, dramas e alegrias.
Continuamos existindo, alargando os passos em direção ao que virá, amando demais e chorando na frente dos filmes da sessão da tarde. Seguimos emocionando-nos quando a justiça é feita, quando a democracia é restabelecida.
Seguimos perguntando-nos o sentido de tudo, perseguindo um ideal, e muitas vezes… Recebendo como resposta: a frustração. Porque no fundo, a vida bem vivida é aquela que contempla a versão mais despida de idealizações que há em cada um de nós. A vida bem vivida encontra-se nos momentos que antecedem e intermediam as convenções sociais, as datas preestabelecidas.
Diria que a vida bem vivida não está no dia da conquista, mas sim, no longo caminho que se estende para chegar até ali. E tantos rostos amados que compartilham conosco esse andar tão trôpego, amores fraternos, românticos, de todos os tipos.
Há muito o que comemorar, o corpo que sobreviveu e viveu, a alma que padeceu e resplandeceu depois de tanto…
Com os olhos voltados para frente, avante é como a gente escolheu seguir, e é por isso que estamos aqui. Por mais histórias simples, clichês, despidas de idealizações. Nova jornada, o que há por trás da porta que se abre agora?
Com carinho, Alice.
