Alice Chala | Tudo o que é meu, me encontra

Despendemos tanto tempo e energia tentando fazer o outro ficar, forçando laços que há muito desejam se romper, seguir outros caminhos. Insistimos com obstinação em direções que claramente não nos contemplam, ciclos que já terminaram, esforçamo-nos para sustentar o insustentável. Por quê?

“Deixar ir”.Quem nunca ouviu essa frase? Tão dolorida em princípio,entretanto, carregada de liberdade, possibilidade, renovação. Por que implorar pela presença de alguém, quando existe outra pessoa naquele mesmo momento, esperando para fazer-nos companhia, em algum lugar do mundo.

Por que forçar um laço, quando existem tantas outras possibilidades de laços, encontros, conexões, esperando para nos encontrar, para desfrutar da nossa presença. Insistir dói, vai contra ao natural, é custoso. Ficar quando já não se quer mais, é anular nossa vontade, é deixar de honrar nossos desejos. É viver esperando por algo a mais, que demora, que não chega, que não faz feliz e atrasa.

Convencer alguém de que somos bons o suficiente, provar nossa serventia na vida de alguém, para um amor, uma amizade…Que desperdício de vida isso pode se tornar, afinal, aquilo que é nosso, ora ou outra, nos encontra. 

Aquilo que é nosso, não precisa de razões, argumentos fortes, persuasão. Aquilo que é nosso, chega e se ajeita ao nosso lado, e segue conosco. Aquilo que é nosso, acompanha o nosso passo, e impulsiona.

Aquilo que é nosso, não ameaça a despedida, não deixa o sentimento de insuficiência, aquilo que é nosso, supre. E eventualmente, encontra o nosso caminho.

Sempre encontra. Aquilo que não era, acaba vindo para a superfície, e quanto mais demoramos para perceber, mais dor causa. Aquele sapato que já não serve mais, nosso favorito, que faz ferida e que vacilamos em mandar embora.

Quantas possibilidades habitam atrás dessa porta de laços forçados e ciclos não encerrados? Quanta vida, inúmeras descobertas, desafios e alegrias diferentes daquelas que acostumamo-nos a vivenciar, diferente daquele esforço. Quanta fluidez espera, e quanta liberdade. 

Diante da grandeza do mundo, e do universo, a pretensão de segurar alguém ou algo em nossa vida, precisa ser vista como um insulto àquilo tudo que a vida nos reserva. Quanto tempo nos resta para viver o que há por trás dessa porta? E quando começaremos o exercício de “deixar ir”? Quais pessoas/situações/lugares/ciclos podemos deixar ir agora, e o que será que irá preceder essa decisão?

Liberdade.

Com amor, Alice.

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