Incrédulos senhores que em quase nada acreditam. Passeavam solenes pela beira da praia. Desconhecendo seus semelhantes e a doença que tanto tem ferido a humanidade. Pandemia de coronavírus. Médicos acreditam na vacina. Na força que ela terá na imunização de toda a população do mundo.
Mas até que a ideia de sua criação se concretize levará, ainda, um bom tempo. Afirma extraoficialmente um dos médicos que atendem numa clinica viamonense, na Santa Isabel. Muitos de seus pacientes querem, com urgência, fazer o teste da COVID-19. Ele usa viseira, máscara e álcool em gel, pois todo cuidado é necessário. Trabalha cada paciente como um irmão. É um médico espiritualizado. Acredita numa resolução feliz.
A casa está limpinha. Seus habitantes a higienizam desde a porta da frente até a área dos fundos. Tudo é observado e limpo. O que não serve mais é colocado no lixo. Ficam com o necessário para viver, viver em segurança com a divulgação de tantos dados chocantes sobre os infectados. O chão da cozinha é lavado com uma farta dose de sabão em pó misturado com água sanitária. Nas dobradiças e janelas, usam o álcool etílico hidratado e atrás de cada prateleira há uma minuciosa limpeza com água e sabão.
As casas, agora lar e refúgio de todo mundo, precisam de higienização. As salas transformaram-se em cinemas e bibliotecas. As pessoas não podem sair de casa. Não podem aglomerar. E é neste espaço da casa que a diversão, o passatempo e o trabalho dividem lugar. Num canto está o computador, que é o principal veículo de interação do momento. Nele, são realizadas “lives” e comunicação com parentes e vizinhos.
No quarto há espaço para rezas e descanso, reside a esperança de dias melhores. Nele há um pequeno altar com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, e um quadro do Sagrado Coração de Jesus. Se antes era o lugar da casa reservado ao prazer carnal, agora no quarto existe, em primeiro lugar, a preocupação com o destino de todos. A fé move montanhas. E é ali que esta fé nasce. Em meio aos padre-nossos e ave-marias rezadas com muita fé e veemência.
Habitantes das grandes e pequenas cidades, às vezes, necessitam sair à rua. Mas é uma saída movida pela necessidade e por muita preocupação. Não podem chegar perto de ninguém. Devem manter distância uns dos outros. E evitar aglomerações. Além dos cuidados com as mãos, principal agente de contaminação do vírus.
Observo um dos incrédulos senhores da praia. Agora se conscientizaram: estão de máscara e usam álcool em gel a todo momento em cima das emborrachadas luvas pretas. A cor de um tempo marcado pela destruição de vidas. A cor de um já quase apocalipse que, com certeza, mudará além do padrão vibracional de cada um, também sua consciência de solidariedade.
A pandemia é um tempo de reflexão e grande aprendizado. Que possamos ter a capacidade de entendê-la e usufruir de seu ensinamento. Uma simples árvore é mil vezes mais importante do que qualquer soma em dinheiro. A abelha ou qualquer outro animal existe para o perfeito equilíbrio ecológico da Terra. A natureza deve ser preservada, sob todos os aspectos conhecidos e imaginados.