Tipos esportivos, aventureiros e malucos são comuns pelo litoral norte gaúcho. As quatro horas da tarde da última quinta-feira, pedalando numa bicicleta enferrujada, lá vinha ele. Pedro Henrique, 41 anos, porto alegrense do bairro Santa Tereza cumprindo seu atual projeto de vida: ir de bicicleta até Santa Catarina.
Lá visitaria seu irmão que trabalha numa empresa própria de alarmes e som. Se encantou com Capão da Canoa, onde por breves minutos fez uma parada estratégica. “Imbituba, para onde estou indo, possui belas paisagens de natureza exuberante em meio a montanhas, praias, lagoas e dunas”.
Demostrou conhecimento histórico: “As cumplicidades das culturas açorianas, com seu folclore e riquezas gastronômicas, são ingredientes que complementam o cenário que lá encontrarei”. Imbituba, que já teve sua atividade econômica baseada na pesca da baleia, hoje atrai muitos turistas interessados no turismo ecológico. É considerada "O Berçário das Baleias Francas", onde entre maio e outubro brincam nos lagamares de terra, nas praias sopradas pela brisa do vento nordeste.
Para "saudadear" seus sonhos e enfatizar seus gostos pela vida, Pedro falou que adora cantar e fazer locução esportiva. Cantou uma música sertaneja e mostrou sua bicicleta, mochila e mantimentos. Em Porto Alegre deixou sua mãe. E frisou que era solteiro e que poderia fazer a aventura que desejasse. O irmão o aguardaria com um emprego em terras catarinenses.
Localizada ao Sul de Santa Catarina, a região de Imbituba é de grande importância econômica para o Estado, já que lá se localiza um dos portos mais importantes do Sul do país. Construído em 1870 com a finalidade de escoar o carvão retirado das proximidades do rio Tubarão.
O Município de Imbituba foi povoado à partir do ano de 1715 por açorianos e somente em 1958 foi desvinculado de Laguna. Antes de sua colonização, Imbituba era habitada pelos índios carijós da Tribo Tupi. Pedro, acredita que lá poderá se instalar definitivamente. Perguntado se não teria medo do vírus Covid 19 deslocando-se assim por um longo trajeto, respondeu ter fé em Jesus. Em seu pescoço um colar de contas marron e um crucifixo. Que ele faz questão de usar. E no qual deposita toda sua fé.