Aquela manhã tinha um cheiro de mato. Um pouco de maresia, outro de grama. No quarto, um serzinho de luz dorme tranquilo em meio aos seus sonhos. Ora de alegria ora de tristeza. Já nem conseguia identificar quais os melhores. No atropelo da vida, em vez de bom dia, balbuciava um idioma atrevido. Não sei se falava grego ou português bêbado. Mas falava. E eu, não entendia.
Agora passados um ano, já antevia, que não poderia viver sem ele. Como esquecer aquelas gargalhadas torpes e bêbadas. Como esquecer. Como fingir que ele não existia. Ele era pura emoção, correria e mar. Por que não amar. Lágrimas rolavam com ou sem ele. Muitas vezes, compartilhadas. Ele guardava em seu íntimo uma dor familiar. Ela, a morte do marido. A insanidade era visível nos dois. Ele, muitas lembranças de restos de festas, amizades coloridas e muita diversão. Ela,talvez soberba ou luxuria. Não se definia nem sabia ao certo o que queria. Vivia assim, como um barco a deriva. Seja qual fosse o destino, navegava.E não era sofrida. Ao contrário. Transportava para seu universo, as mesmas gargalhadas do atual namorado.Tinha anteriormente, uma vida sagrada. Regrada pela natureza, sons e sais.Deixava claro, que uma mulher não deve querer todos os homens do mundo. Mas um unico e,leal amor cumplice por toda sua vida . E foi assim, na certeza
do primeiro marido.Vivido até a morte dele. Enquanto, o segundo lhe chegou como um prêmio. Ele era perfeito.