Ana D´Avila | Sonho de Maio

Aquela sensação de sono e vazio era permanente nela.Bastava um abajur,uma musiquinha e ,um afago  para ela adormecer. E como eram sábios os ensinamentos que lhe vinham! E que convinham!Deitada num quarto de cama macia e travesseiros coloridos, ela pernoitou.

Não era tarde da noite, mas mesmo assim, a mulher de sono leve, se viu dormindo. Nem tudo era beleza. Algumas vezes, tinha até pesadelos. Como um animal feroz que a perseguia. E que ela, acoada num colapso nervoso, não conseguia expressar-se para pedir socorro.

O sonho trouxe grandes ensinamentos. Do alto de uma colina apareceu um guru indiano.De vestes cor-de-rosa e  colar de sementes marron, recitou um mantra da paz. Ela, de olhos expressivos foi captando tudo o que o mestre transmitia. Era um emissario da paz. Em sua vestimenta um desenho  com pássaro branco dava o recado final. Só na paz vive o amor.

Acreditava em Deus e num mundo civilizado. Mas ultimamente vinha sofrendo grandes humilhações. Para não descrer e jogar toda sua espiritualidade no lixo, perdoava. E perdoava. Mas até o perdão é limitado. Voltou ao sono de maio. Jurando desta vez, resolver todo seu caos psicológico.Que em verdade, não era só dela. Era do mundo.

Corroído pela estupidez humana. Por brigas infundadas. E por atrevimentos que nem sempre partiam de sua mente.Gostaria de ser mais humilde, como o guru indiano. Mas ainda carregava em seu espírito mutante, uma certa soberba. Que merecia ser menor. Ah…seu ego imperfeito, suas atitudes insanas e seu mundano comportamento.

Haveria de mudar. Se contentar com pouco e até mesmo novamente perdoar. E perdoar, até a exaustão. Como é de praxe em cérebros inteligentes. E sem a compulsão de palavras que ferem.(Ana D´Avila)

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