Entrando 2023 com alguns versos do passado. Para apreciação e leitura dos meus queridos leitores. As vezes me apaixono e escrevo. Noutras, faço reflexões. E em outras é só loucura mesmo. Das palavras. Que me aprisionam, me sufocam, me amam. Enfim, publicadas. Feliz Ano Novo para todos. Que a inspiração chegue. Que o amor prevaleça. (Ana D´Avila)
COMPUTADORIZADA
Criei uma pasta
Com senha secreta
E depositei nela
Um arquivo de amor
Formatei
Editei
Colei
E pela janela
Fiz de você
Meu documento
Número um
Agora…
Só eu posso
Salvar como!!!!
BARCELONA
É preciso não faltar
Ao encontro de Barcelona
E , dentro do comboio…
Pelo caminho:
Saudadear brasilis…
Saudadear brasílias…
Saudadear brasis…
S O P R O
Não era beijo na boca…
Era boca na boca!
Não era um soprar sem estilo…
Era um sopro enfumaçado!
Penetrante, transparente e único
Numa fumaça atrevida!
Que consumiu minha pele
para além do mistério …
da vida.
CATEGORIA
É o verso lido na praça.
É o espaço,
Que embaça
Meu gesto tremido.
De um elogio denso:
“gúria, que categoria”!
ALGARVE
Em frente ao Marrocos, o Algarve.
Deslumbrante arquitetura moura.
Mas em Portugal há destroços
Da ditadura Salazarista.
Da Revolução dos Cravos.
Em frente aos grafites…
A embriaguez política
Na colorida e rica
Paisagem portuguesa.
DESEJO
Queria voar
Sobre os andes!
Atravessar
Machu Pichu
Assim como,
O condor mágico!
Mas hoje, amanheci…
Tal qual um
Grilo falante!
Que massante!
EU FÚTIL
Tenho andado tão triste
nesta minha sina de louca!
Nesta minha, cisma de tudo.
Tenho andado tão triste
nem penso mais no espírito.
Só me envolvo com cifrões, confusões
que nada me dizem.
Que pouco a pouco, se vão.
Se decompõem, se findam.
Meu Deus! Que sina!
Que cisma! Que peso que fica em mim.
Que futilidade viver assim!