Ex-vereador faleceu ontem à tarde vítima de complicações de um AVC ocorrido em 2013
1.
Jefferson nasceu há 42 anos em Viamão. Estudou em escolas públicas e, depois, na UFRGS. Era formado em História e, como professor, ingressou no Instituto Isabel de Espanha – de onde foi até diretor, em meados dos anos 2000.
2.
Foi dando aulas que Jefferson conheceu Simone, com quem se casou em teve uma filha, Sophia, hoje com seis anos. Simone ainda atua na rede estadual e acompanhou toda a doença ao lado do marido, do AVC em 2013 até a internação em meados de janeiro para uma cirurgia que iria retirar um câncer que Jefferson vinha tratando.
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3.
Da carreira como professor surgiu a política.
Em 2012, Jefferson foi convidado por dirigentes do PSB de Geraldinho Filho a disputar a eleição. Geraldinho concorreu a prefeito e Jeffeson disputou uma vaga na Câmara.
Sempre ao lado da esposa Simone, foi principalmente entre os alunos do Isabel de Espanha que eles fez os 1.454 votos que o elegeram um dos três vereador socialistas daquela legislatura.
4.
Depois da posse, em 2013, Jefferson teve um momento de aproximação com o governo de Valdir Bonatto e rompeu com a direção do PSB. Passou pelo PPS e filou-se no Solidariedade, partido da base do governo – abrindo uma guerra com os socialistas, que tentaram buscar o mandato de Jefferson na Justiça, mas não levaram.
5.
Jefferson foi acusado, ainda em 2013, de contratar um assessor fantasma em seu gabinete na Câmara. O assessor teria sido chamado para fazer trabalhos pessoais para o vereador durante o período de expediente.
O caso gerou uma sindicância na Câmara e um processo por quebra de decoro parlamentar, ainda inconcluso até hoje.
Em dezembro, restou arquivado por falta de provas já que a legislatura foi encerrada e Jefferson não se reelegeu.
Ele sempre negou as acusações.
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6.
Nesse mesmo 2013, Jefferson, aos 38 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral – um AVC, o popular derrame.
Ficou afastado da Câmara por alguns meses, se recuperando primeiro em um hospital de Porto Alegre e, depois, em casa.
Quando retomou as atividades, Jefferson teve a fala comprometida e a coordenação motora, mas a atividade cerebral e o raciocínio foram preservados. Simone ajudava o marido com as tarefas do dia a dia, inclusive na comunicação.
– Virei a motorista dele – brincou ela, em entrevista concedida ao Diário em janeiro de 2014.
Eles iam juntos à Câmara e, de lá, ela ia à escola.
Devido a uma dificuldade muscular, Jefferson teve que usar um apoio de sustentação no pulso. A tala foi vista com ele até poucos dias antes de sua internação, em janeiro deste ano.
7.
Em abril de 2016, Jefferson trocou o Solidariedade pelo PP – e disputou sua segunda eleição para Câmara. Fez 593 votos e não foi reconduzido ao mandato.
Em novembro, dando sinais de que a doença havia agravado, ele passou a frequentar menos a Câmara e, em 10 de dezembro, entrou em uma definitiva licença-saúde.
8.
Sem mandato desde janeiro, as informações disponíveis até o momento dão conta de que Jefferson resolvera se dedicar ao tratamento de um câncer descoberto recentemente.
Estava internado em Porto Alegre para uma cirurgia, mas não resistiu à doença.
Aos 42 anos, faleceu deixando com a esposa e a filha a imagem de um homem guerreiro e generoso que mesmo a doença jamais abateu.
9.
Os atos de despedida de Jefferson Huffell serão na capela do Cemitério Parque Saint Hilaire em horário ainda não divulgado pela família. O presidente da Câmara, Xandão Gomes, ofereceu o plenário da Casa para o velório.
Na quinta-feira, com a retomada do ano legislativo, homenagens devem acontecer na Câmara ao vereador que passou praticamente o mandato todo lutando para sobreviver em um corpo debilitado.
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