Coluna do Brasil | Escolas do RS começam a retomar aulas sob a ameaça do coronavírus

O dia 20 de outubro será lembrado futuramente como um dia decisivo para a vida de muitas famílias do Rio Grande do Sul. Isso porque, mesmo em meio à pandemia, o governo estadual seguirá a agenda original que determina a retomada das aulas na rede pública. Os pais da garotada estão de “cabelos em pé” porque, mesmo com os “rígidos protocolos” anunciados, ninguém sabe realmente como os alunos se portarão diante das novas medidas de segurança.  E todos sabemos como é difícil prever o comportamento de adolescentes e crianças tendo em vista as interações com amigos e colegas.

O cronograma divulgado determina a retomada após cerca de sete meses primeiramente para o Ensino Médio (20/10), Ensino Fundamental – Anos Finais (28/10) e Ensino Fundamental – Anos Iniciais (12/11). Esta é a letra fria dos acontecimentos, mas tive a chance de perguntar a diversos pais da escola onde minha filha estuda, e pude testemunhar o ambiente de temor. A tendência, pelo que averiguei nessas conversas informais, é de que se espere. Todos estarão observando atentamente o comportamento da curva de contaminação depois destes primeiros dias de aula até serem finalmente convencidos de que a volta é realmente segura.  

O governo estadual anunciou em seu site oficial “o aporte financeiro de R$ 270 milhões para aprendizagem, capacitação, aquisição de equipamentos de proteção e materiais de desinfecção e contratação de professores e profissionais de apoio (serventes e merendeiras) em todo o Rio Grande do Sul”. Desse valor, 2,5 milhões serão direcionados para escolas municipais. As instituições poderão receber no máximo 50% da capacidade total de estudantes.  

Mas os números frios da quantia investida não diminuem a apreensão dos familiares diante das notícias diárias envolvendo o Coronavírus e sua expansão. Em Viamão, a prefeitura definiu manter a suspensão das aulas presenciais “em todos os níveis de educação”, público e privado. O governo municipal viamonense decidiu que a ação que recoloca os alunos em ambiente escolar “carece de maior debate”. Os municípios de Alvorada e Sapucaia do Sul seguiram caminhos semelhantes e a garotada segue em casa.

Mas esse receio tem razão de existir? Eu acho que sim. A Europa recém começa a sofrer com a “segunda onda” pandêmica. Diante dessa realidade, a Rússia, por exemplo, vai optar pela manutenção de aulas á distância. A Irlanda do Norte também anunciou fechamento de escolas. Países como Alemanha, Dinamarca e Noruega optaram pela liberação do ensino presencial depois de aplicar uma política muito eficaz de testagem, o que garante maior segurança.

Mas e no Brasil como vão as coisas? Temos visto que desde o início da pandemia, o país tem tomado decisões atrasadas na busca pela diminuição das taxas de infecção, o que resultou em mais de 5 milhões de casos confirmados, sendo destes 153.675 vítimas fatais. Somente durante o final de semana o Brasil registrou cerca de 11 mil novos casos e 230 mortes, em um período de 24 horas.

As aulas são importantes sem dúvida, mas os governantes não podem errar como erraram nas avaliações iniciais quando a Covid-19 chegou a ser classificada como “gripezinha”. O governador Eduardo Leite declarou que “retomar o ensino presencial é importante para assegurar o direito à aprendizagem, prover atenção e assistência e evitar abandono e evasão”.  Mas não podemos esquecer também que a volta ao ambiente de colegas e professores é uma ação que põe em risco futuro de crianças e jovens que estão começando a desfrutar de suas vidas. Estamos tratando do futuro da nação sem saber claramente como é o comportamento do Coronavírus. É importante lembrar que, conforme o governo estadual explicou em seu site, “caso os pais ou responsáveis decidam não permitir a presença dos alunos nas aulas presenciais em um primeiro momento, podem, posteriormente, autorizar a participação dos estudantes nas atividades”.
ssa seria minha sugestão.

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