Entre a BR-290 e a ERS-040, está o único trecho da ERS-118 que ainda não tem projeto para duplicação
O percurso entre Gravataí e Viamão pela ERS-118 é mesmo único: só ali não existem obras de duplicação ou melhorias. Sequer projetos. No Daer, só a manutenção viária entra no trecho da ERS-118 — e olhe lá.
É, hoje, o trecho mais esquecido da rodovia.
De cara, logo que se passa a entrada para o Passo das Canoas — a prainha mais famosa do Rio Gravataí –, uma placa avisa o desavisado: à frente, o trecho é de pista defeituosa. Mas não estranhe se não puder vê-la. Além do mato que toma conta, alguém andou treinando tiro ao alvo na sinalização e a placa mais parece uma peneira.
Confira o vídeo com imagens da rodovia e uma entrevista com um artesão que trabalha ao longo da ERS-118:
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Entre Gravataí e a entrada principal para o Distrito Industrial Alvorada/Viamão, o DIAV — bem onde a Oposição pretendeu indicar o terreno para construção do presídio estadual –, as crateras se acumulam. E não só na pista: os acostamentos estão piores.
É ali pertinho que a gente nota um dos primeiros efeitos econômicos diretos da falta de estrutura — e segurança — na ERS-118. Três barracões que vendiam frutas, caldo de cana, lenha e pinhão no inverno simplesmente desapareceram da paisagem.
Em um dos pontos, dá para ver sinais de fogo.
No outro, a carcaça do que um dia foi um abrigo jaz sobre a grama que mede meio metro um pouco para lá do acostamento.
Quem passa por ali à noite sabe que os locais acabaram virando pontos de prostituição, vandalismo e roubo. Com as pessoas passando cada vez mais apressadas em seus carros, ninguém mais parou para as frutas.
Incômodo ao lado da pista
Cristiano da Silva, de 38 anos, não mora às margens da ERS-118 — mas trabalha ali já há um ano.
— Já tinha trabalhado neste mesmo lugar por uns dois anos e meio, antes — conta.
Ele atende na venda do seu João Luís, já em Viamão, entre o Parque das Águas e a Quinta da Estância.
— O que me incomoda é o banhado e o mato que toma conta do acostamento.
É que Cristiano vai, todos os dias, de bicicleta até o serviço — e depende do acostamento que a ERS-118 já não lhe oferece mais.
Ao lado do acostamento, mato toma conta e até esconde as placas
"Melhoraria 100%"
Já quase na entrada do Autódromo do Tarumã, quem fala com a reportagem do Diário é o artesão Paulo Renato Duarte. Faz dois anos e meio que ele fabrica e vende mesas, cadeiras, bancos e artigos rústicos em madeira às margens da ERS-118.
— O que a gente vive aqui é esse movimento, acidentes, buraqueira. A duplicação melhoraria 100% — acredita.
Assim como na outra ponta dessa aventura, em Alvorada, ali a insegurança também preocupa. Renato que o diga. Há pouco tempo, teve todas as suas ferramentas de trabalho roubadas em um assalto.
— É o ganha pão da gente.
Paulo Renato é artesão e produz a cerca de 2 anos e meio às margens da ERS-118
Daer: só manutenção
Quem deve cuidar da ERS-118 é o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem, o Daer. O Diário procurou o órgão para saber como andam os planos para obras do lado de cá da Freeway.
A resposta:
— Não há previsão de obras no trecho neste momento. Outros trechos da estrada se encontram em obras, como é o caso do quilômetro 12,5 onde está sendo construído um viaduto sob a Avenida Rondon. Já a duplicação está concentrada do quilômetro 5 ao 11. Nesse trecho, ocorrem atividades de drenagem, restauração e pavimentação. Também há terraplenagem no viaduto da Avenida Ritter, localizada no quilômetro 10 da ERS-118.
Para o outro lado, um "canteiro" de obras
O site Seguinte:, parceiro do Diário em Gravataí, publicou esta semana uma reportagem do vídeos sobre o andamento das obras — da Freeway para lá.
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