Comissão de Patrícia Alba propõe fundo para subsidiar transporte metropolitano

Colegiado coordenado pela deputada projeta ações de curto, médio e longo prazo para enfrentar crise no sistema de transporte público

Em reta final de trabalhos, a Comissão Especial do Transporte Público Metropolitano na Assembleia Legislativa apresentou, na manhã desta segunda-feira, a sua proposta preliminar de solução à crise enfrentada pelo sistema. De acordo com a presidente do colegiado, a deputada estadual Patrícia Alba (MDB), o plano projeta uma série de ações de curto, médio e longo prazo, incluindo a criação de um fundo estadual para o setor, capaz de subsidiar parte da tarifa paga pelo cidadão.

Responsável pela apresentação do plano, o secretário municipal de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Adão de Castro Júnior, que tem colaborado tecnicamente para o debate junto à Comissão Especial, afirmou que o diagnóstico leva em conta as principais demandas elencadas pelo usuário.

– O primeiro item a ser lembrado é sempre o valor da tarifa, pelo qual o cidadão não pode mais arcar sozinho. Portanto, é fundamental a participação do governo do Estado nesse debate – considera o secretário.

Dados da Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) mostram que entre 1995 e 2021, a demanda anual de passageiros despencou em 73% – de 164,1 mil para 44,2 mil.

Conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Rio Grande do Sul (SETERGS), Fabiano Rocha Izabel, boa parte dessa queda se deve às restrições da pandemia, à concorrência dos aplicativos e aos aumentos constantes do diesel – que, somente no início deste mês, voltaram a sofrer nova alta de 8,8%.

Para a deputada Patrícia, o transporte coletivo, por ser um direito social, deve ser pensado como política pública de Estado, que perpasse os governos e garanta ao cidadão uma tarifa baixa e um transporte eficiente.

– Isso trará mais dignidade para o cidadão que utiliza o transporte coletivo – considera a parlamentar.

O relatório final da Comissão Especial deve ser aprovado na próxima semana.

AS PRINCIPAIS DIRETRIZES

Curto prazo (até dezembro de 2022):*

: Instituir subsídio/renovação do Auxílio Emergencial (Lei 15.781/2021)

: Isenções da Taxa de regulamentação da AGERGS (2,17%)

: Combate ao transporte irregular/clandestino

: Ações de incentivo ao uso do transporte público

: Regulamentação do transporte por aplicativo

: Canal de informação e comunicação para os usuários

: Criação de grupo de trabalho permanente com o governo do Estado

: Lançamento do projeto-piloto de integração do transporte metropolitano e urbano

*Médio prazo (até 2024):*

: Criação do Fundo do Transporte Metropolitano

: Desenvolvimento da integração entre sistemas de bilhetagem e interoperabilidade

: Estabelecer um Plano para o Sistema Integrado de Transporte

: Revisar e propor alterações na política de impostos e tributos

: Legislação instituindo uma política pública

*Longo prazo (até 2026):*

: Criação de Consórcio Urbano e Metropolitano/Convênio de Cooperação

: Implantação do Sistema Integrado de Transporte

: Buscar investimentos para a qualificação de infraestrutura

: Incentivas novas tecnologias/inovação em prol da sustentabilidade

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