A tia do lado atualiza a timeline do Facebook.
A criança se imagina como um avião e sai correndo pelo pátio aberto.
O rapaz abre o notebook e faz a contabilidade do mês.
A moça, lá na frente, acende o primeiro cigarro. E a vovó, escondida, abre um pacote de biscoito.
Eram oito horas da manhã de uma sexta-feira. Entre chuva e raios de sol, a rodoviária de Porto Alegre já está movimentada. Muitas pessoas correm para não perder o ônibus, outras da chuva e eu, sentada em um banquinho, observo lentamente o caminhar do ponteiro do relógio. Minha função ali é esperar o ônibus que me leva a uma despedida. Meu desejo é que o tempo não passe tão rápido…
Cheguei mais cedo que o horário combinado, o que poderia eu fazer nesses 60 minutos restante? Comer? Ler? Observar? Refletir? Optei pela última alternativa. O que podemos fazer para esperar o tempo? Olhei ao meu redor e percebi várias alternativas e, acreditem, muitas inúteis. Observei, olhei, refleti e questionei: será que aproveitamos bem o tempo? Será que nossa vida é um simples esperar de oportunidades? Como eu sei que o tempo passa rápido? E devagar?
Caros leitores, foram tantas perguntas que eu nem vi relógio se movimentar! As centenas de histórias ao redor daquele banco de rodoviária foram suficientes para a minha distração. Como um curta-metragem com 60 minutos de duração, com um roteiro empolgante e personagens envolventes.
Ao subir no ônibus percebi que havia criado um jeito novo de esperar o tempo: me envolver com as histórias que acontecem ao meu redor.
E você, faz o que para esperar o tempo passar?
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