Como manter o equilíbrio emocional em tempos de coronavírus

Em tempos de pandemia, situação de calamidade pública e quarentena, muitas pessoas sentem emoções como medo, a ansiedade e o pânico. O Diário de Viamão consultou o psicólogo e e morador de Viamão Erickson Rosa, que preparou este artigo para ajudar você a diferenciar essas sensações e a lidar com elas. 

Boa letura!

 

Olá, leitores. Estamos vivendo um tempo onde precisamos nos isolar, maternos afastados. Muitas preocupações rodeiam nossa mente. Desde a parte econômica até mesmo emocional. Ficamos preocupados com uma recessão, com nossa saúde e com a saúde de nossos familiares.

Porém, também é um momento que nos mostra o quão frágil está nossa situação e como podemos, nesse momento de calamidade, sairmos fortalecidos.

 

Porque devemos manter o equilíbrio emocional

 

Nem 8 nem 80.

Imagine que você chega em casa e o cano da torneira de sua pia está quebrado. Sua cozinha toda está alagada e a água corre para baixo dos móveis até sair pela porta.

Se você se desespera e não consegue agir para ir até o encanamento e fechar o registro, o problema só se agrava. É preciso que tenha uma clareza de que ação tomar para poder resolver a situação.

Da mesma forma, é preciso ter uma noção de que uma cozinha alagada é um problema.

Nem a negação e nem o pânico. Os extremos nos conduzem a um erro que consome nossa energia ou traz prejuízos a nossa vida.

No caso de uma crise, o pânico e pavor podem fazer você tomar ações de maneira equivocada. A negação faz com que coloque sua vida em risco. Por essa razão devemos achar o caminho do meio.

O medo e a ansiedade podem aparecer, mas isso não significa que elas sejam emoções insensatas. São emoções que nos perturbam é verdade, e por isso não vemos o quanto elas também nos protegem. São emoções protetivas.

Ao senti-las não devemos ignorá-las ou criar uma aversão a elas. Devemos sim olhar para elas como um aviso de que algo está errado.

Ao mesmo tempo, não devemos sucumbir a elas, deixando que tomem conta de nossas ações. O medo é algo que pode nos levar a insensatez.

No caso do momento em que estamos vivendo, com essa pandemia que se espalha e da ameaça do coronavírus, é muito comum deixarmos que o pânico nos leve a pensamentos desesperados e de autocentramento.

Isso é o que faz as pessoas pegarem muitas coisas somente para elas, sem o pensamento que o outro também sofre.

Pensamos somente em nós e em nossos familiares, esquecendo que os outros também sofrem e que vivemos em uma grande comunidade. Ficamos guiados apenas pelo medo e pelo senso de sobrevivência, intensificando um problema que já é grave.

Nesse momento o que precisamos é de um equilíbrio. Não deixar que o medo guie nossas ações, mas também não podemos ignorar o problema.

Nossas emoções estão sempre em conjunto com nosso corpo. Elas afetam totalmente nossa mente e nossa conduta. Por exemplo, se estamos mais felizes e confiantes, conseguiremos lidar bem com situações adversas. Por outro lado, se estamos tristes, podemos agravar mais os problemas que enfrentamos.

Quando trabalhei no hospital durante o estágio da faculdade de Psicologia, muitos quadros se agravavam por causa do humor dos pacientes. Pessoas que já eram para estarem curadas continuavam mantendo o quadro de doença. Nosso campo emocional afeta nossa imunidade e o bem-estar do nosso corpo.

Mas como achar esse equilíbrio?

O medo e a ansiedade não devem ser as emoções que guiam nossas ações. As emoções não brotam de maneira exclusiva. Podemos fazer brotar em nós, concomitantemente, a compaixão, empatia e amorosidade.

Nesse momento devemos evitar o autocentramento e a ideia de que apenas nós sofremos. Assim não seremos agentes do medo e poderemos ajudar mais as pessoas a resolverem a situação. No exemplo da cozinha, não precisamos ser a pessoa que fecha o registro, mas aquela que arreda os móveis e que diz para as pessoas não pisarem na água, afim de não espalharem ou se sujarem mais.

As emoções são como habilidades que treinamos com nosso corpo. Podemos desenvolver uma inteligência emocional e treinar nosso controle sobre nossa parte emotiva, de maneira a não sermos carregados por nossas emoções diante de situações de grande dificuldade.

Podemos então treinar nossa mente para que não seja carregada pelas emoções do medo.

Quando sentir esse medo aflorar tente olhar para seus vizinhos, para seus amigos. Eles também possuem medos e temores. Se deixar levar pelo pânico e o medo não ajudam, mas ignorar o problema também não.

Por isso nossa ação nesse sentido deve ser a de olhar para o problema como olhamos para a casa alagada. Precisamos fazer o que tem que ser feito, sem entrarmos em pânico. Precisamos entrar em isolamento, cuidar das pessoas, cuidar de nossa saúde e de quem depende de nós e tomarmos as medidas corretas para que esse problema não aumente.

Por isso, quando sentir o medo e a ansiedade, entenda que são emoções normais em momentos como esse, mas que você não precisa segui-las. Claro, seria muito fácil falar para você se acalmar, mas sei que se pudesse fazer isso não estaria lendo esse texto. Por isso a visão aqui é a aceitação.

Aceite o medo e a ansiedade, mas não lute contra eles. Aceite como elementos de um momento difícil. Porém, veja que muitas outras pessoas também têm essa emoção e que você não precisa ser carregada por esse medo. Observe e veja que está tudo bem em ter medo, mas que ele não precisa lhe paralisar ou arrastar suas ações.

Esse é meu recado para você. De um morador de Viamão para outro. Afinal, somos da mesma comunidade e quero que você cuide de sua saúde.

Deixo aqui um presente: Se quiser saber mais sobre controle e inteligência emocional, veja nesse link um artigo especial sobre isso: Clique aqui para ler.

 

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