Desabafo

Há tempos questiono. Por que escrevo? Refletindo cheguei à inúmeras conclusões. “É uma compulsão existencial”. Não sou gênio. Não acrescento muito a quem me lê. Mas eu necessito escrever. Não tive grandes ensinamentos, nem grandes leituras.

Escrevo com minha pequenez literária, apenas sentindo e observando. Não tenho referências, não copio ninguém. Sou eu, o que sinto e o que observo. Sou assim, uma espécie de “óbvio ulutante”. Ou não?

Hoje, acordei mais cedo. Pensei em Damasco. Uma cidade acuada. Nas crianças da Síria com olhos assustados. Atordoadas pelo veneno químico. Que estupidez humana destes malfeitores que usam armas químicas e acertam crianças. A humanidade ou parte dela, só pode estar louca.

Para quê veneno químico? Já não basta a poluição da atmosfera? Já não basta cobrir de cinza o que era verde? Já não basta entupir o mar de detritos? Já não basta envenenar os animais marinhos com sacos plásticos? Estranho mundo hodierno. Onde tudo se resume em ganhar. Ganhar dinheiro e ganhar poder. Quando sei que o verdadeiro poder está nas sementes, que fazem nascer árvores e alimentos. Que está no coração conectado à Deus. Ao bem, à água, ao verde e à vida.

Sinto vergonha de ser humana. E viver este tempo de pressa, rapidez e desatino! Hoje eu quero esquecer as redes sociais. A inteligência dos robôs e computadores. Esquecer as aparências que sempre enganam. As negligências, dos senhores que pensam que sabem tudo. E fazer de conta, só por hoje, que o ser humano é bom. Que ele não transgride. Que ele não mata.

Creio no bem maior. Creio em Deus. Neste momento, um pequeno passarinho colorido sobrevoa a sacada do apartamento onde moro. Ele é livre. Ele traz sementes que fecundam o solo.No chão ou nos vasos. Ele faz parte do sistema ecológico. Me faz pensar que a natureza ainda está viva.

 E das torneiras ainda caem gotas de águas brancas. Não quero vê-la correr cinza. Ou preta como óleo. Como petróleo. Que inferniza os tempos modernos. Com sua falsa verdade. E que ameaça finalizar nossa vidas. Por que escrevo? Agora sei. “Para desabafar”.

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