Está chegando a estação da falta de água: com Rio Gravataí em baixa, comitê sugere prioridade ao abastecimento público para evitar torneiras secas

A beira do rio Gravataí exposta com a seca e o barco catamarã Rio Limpo demonstram a gravidade. Fato acontecido em anos recentes | IMAGEM: Barco Escola Rio Limpo

Nas últimas duas semanas, com a chegada do calor, o nível do Rio Gravataí já registrou queda de 87 centímetros. Este é sempre o prenúncio do verão, e estará na pauta da próxima reunião online do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Gravatahy, na tarde desta terça-feira (9). Entre os principais itens em discussão pelo colegiado estará um novo acordo entre os usuários da água no manancial para garantir a prioridade ao abastecimento público no período de escassez. A reunião poderá ser acompanhada pelo facebook do Comitê Gravatahy.

Na última sexta-feira (5), uma reunião técnica da direção do comitê alinhou uma proposta a ser apresentada ao colegiado. Pela proposta, entre dezembro de 2021 e abril de 2022, quando o nível do Gravataí marcar 1m60cm na régua da estação da Corsan em Alvorada e 80cm em Gravataí, será decretado o "nível de alerta" no manancial. Se a medida chegar a 1m30cm em Alvorada e 50cm em Gravataí, passará ao "nível crítico".

No nível de alerta, a proposta é que inicie o rodízio na captação de água diretamente no Rio Gravataí, suspendendo por um período determinando todas as captações que não sejam destinadas ao abastecimento público. Até o último verão, esta medida restringia apenas as retiradas de água para irrigação, na agricultura. A intenção, com o novo texto, é de que setores como a indústria e o comércio tenham também maior comprometimento nas medidas preventivas à escassez.

A proposta ainda determina, mantendo o que já era previsto nos últimos períodos de verão, que, no nível crítico, todas as captações que não sejam destinadas ao abastecimento público sejam suspensas. Mas há o acréscimo de mais uma medida. Se aprovado na próxima terça, o nível de alerta determinará ainda que a Corsan notifique os seus usuários do setor industrial, comercial e de serviços para medidas de racionamento de água específicas. A estimativa é de que, na bacia hidrográfica do Gravataí, aproximadamente 10% dos clientes da companhia de abastecimento sejam estabelecimentos comerciais ou industriais.

 

Avança o controle do uso da água

 

E se os sinais de escassez de água no rio causam preocupação a todos, há ao menos uma perspectiva positiva neste cenário. É que este deve ser o último verão em que as autoridades ambientais terão de gerenciar o uso da água na região sem dados claros sobre o balanço hídrico do rio (necessidade de uso x disponibilidade de água). É que foi encerrado há algumas semanas o prazo para que usuários de água de todos os setores econômicos declarassem ao Sistema de Outorgas (SIOUT) as suas necessidades quantitativas de água. É a partir deste termo declaratório que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMAI) concederá ou não outorgas de uso no próximo ano.

– O instrumento da outorga vai mudar a forma como se faz o controle da disponibilidade de água no Rio Gravataí. Saberemos tecnicamente quem e quanto está sendo retirado de água, qual a capacidade do manancial de dar conta disso e quais ações técnicas e projetos de engenharia podem ser feitos para corrigir os problemas no abastecimento – avalia o presidente do Comitê Gravatahy, Sérgio Cardoso.

É esperado para 2022 também o avanço da proposta de construção dos minibarramentos ao longo do Rio Gravataí, com a intenção de regular o fluxo de água, e com isso, diminuir os efeitos das cheias e estiagens em toda a bacia. Ainda é aguardado que a Metroplan contrate o Estudo de Impacto Ambiental para a execução do projeto. Atualmente, somente o primeiro mimnibarramento foi feito, em Glorinha, com investimento de um produtor rural local.

Clique aqui m para acessar convocação para a 42ª reunião.

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