EXCLUSIVO | Lixo de 28 cidades pode vir para Viamão

Aterro de Indaiatuba é apontado como modelo de gestão para resíduos sólidos | Divulgação

Empresa local em parceria com gigante do ramo de resíduos sólidos entrou com pedido de licenciamento, mas MP está em cima

 

A área que receberia o empreendimento fica logo depois do pedágio, à direita. Hoje, é um sítio areeiro — mas pode de transformar, logo, em um grande aterro sanitário privado. O plano está sendo desenvolvido em parceria entre um empreendedor local e uma grande empresa do ramo de resíduos sólidos.

As empresas ainda não comentam muito o assunto, mas já pediram à Prefeitura a viabilidade urbanística do aterro. Esse documento permite entrar com a documentação do licenciamento ambiental, que deve ser feito pela Fepam, órgão ligado ao governo do Estado.

É lá que o pedido de abertura do aterro repousa entre a papelada dos estudos de impacto ambiental.

 

MP de olho. Comitê de Bacia também

 

Para o processo andar,  a Fepam pediu que o Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental – APA do Banhado Grande  desse seu parecer — o local exato do aterro projetado ficaria dentro da APA. Ficaria: o estudo que indica isso teria sido perdido.

O processo acabou chegando ao conhecimento do Ministério Público, que resolveu abrir um inquérito civil para acompanhar o caso. No início deste ano, o inquérito foi remetido da comarca de Viamão para a promotoria regional especializada e está aos cuidados do promotor Eduardo Viegas.

Ele não é o único. Hoje, na reunião do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio Gravataí, o assunto tomou assento na pauta. O comitê é responsável pela discussão de tudo o que acontece dentro da bacia do Rio Gravataí e que tenha potencial de dano ambiental, especialmente às águas que formam o rio.

— Nós, do Comitê, resolvemos trazer o assunto para discussão para jogar luz ao processo todo, tentar entender o que se quer e o que pode de fato ser feito — explica o presidente do colegiado, o geólogo Sérgio Cardoso.

 

Município não pode licenciar o aterro

 

Para o município, um aterro sanitário pode ser um negócio.

— Só de transbordo, gastamos cerca de R$ 6 milhões por ano — diz o secretário de Governo, Nilton Magalhães.

Ele explica que o município não tem capacidade técnica para licenciar um aterro sanitário dessa natureza, mas que a cidade tem interesse em viabilizar um local para destino do lixo que barateie os custos de hoje.

— Há tecnologia hoje em dia para justificar tecnicamente a instalação. Mas se fica realmente dentro da APA, talvez não se consiga. Para nós, era importante que houvesse uma solução — admite o secretário.

Uma solução, porém, que não seria exclusiva para Viamão. Só para se ter uma ideia, na reunião do Comitê Gravataí, a especulação é de que a estrutura seja capaz de receber o lixo de até 28 cidades próximas, todos os dias, sete dias por semana.

 

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Compartilhe esta notícia:

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade

Facebook