Guto Lopes, Rodrigo Pox e Adão Pretto vão até o presidente da Assembleia pedir a intervenção dele junto ao Estado para casa prisional não sair na área da Fepagro
A Oposição está disposta a mostrar que não está contra o presídio em Viamão: só não o quer na área defendida pelo Estado e aceita pelo município, onde hoje funciona uma estação de pesquisa da extinta Fepagro, a Fundação de Pesquisas Agropecuárias do RS.
— Estamos oferecendo uma área alternativa, longe da cidade — revela Adão Pretto, vereador do PT e irmão do presidente da Assembleia, Edegar Pretto.
Edegar os recebe nesta quarta às 16h30, no Palácio Farroupilha.
A área alternativa fica na divisa entre os municípios de Alvorada e Viamão, na ERS-118.
— O Estado tem cerca de 40 hectares no Distrito Industrial Alvorada/Viamão. O lado de cá está sem uso, não tem nem água nem luz. Ali, que não tem residências por perto, pode ser um ótimo lugar para o presídio — defende Adão, com concordância dos demais integrantes da Oposição.
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Moradores incomodados
A ideia de uma alternativa surgiu com a audiência pública promovida no mês passado para saber o que a cidade pensa sobre o presídio em Viamão. Moradores das proximidades da área da Fepagro lotaram o plenário da Câmara no objetivo de evitar a instalação da Casa Prisional.
— Não somos contra o presídio, somos contra que ele seja ali — diz Rodrigo Pox, chamando a atenção para os condomínios instalados ao redor da área e a presença do autódromo internacional, ponto turístico de Viamão.
Definição houve, mas nada é oficial — ainda
A busca pelo presidente da Assembleia tem a intenção de propor ao governo gaúcho a alternativa antes que a Secretaria de Segurança Pública bata o martelo sobre a área. No início do mês, o governador José Ivo Sartori anunciou a instalação do presídio e indicou que parte dos 140 hectares da Fepagro — que está em processo de extinção — seriam destinados à casa prisional.
O modelo do presídio, as contrapartidas e o tamanho do empreendimento ainda estão sendo discutidos e ainda sequer foram informados ao município.
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Lei que proíbe segue valendo
Enquanto a discussão sobre o presídio segue no Estado, em Viamão uma lei vem se tornando a maior arma dos que o querem longe do autódromo Tarumã e do Condado de Castella, no caminho que vai para Vila Elza.
A norma é de 2013 e foi sancionado pelo então prefeito Valdir Bonatto, também do PSDB. Segundo ela, o presídio não pode ficar na área urbana do município.
No acordo que está costurando com o governo gaúcho, a administração municipal teria demonstrado concordância em revogar a lei, mas quer que, primeiro, o Estado indique que contrapartidas pretende oferecer à cidade pela casa prisional.
Essas tratativas, segundo um assessor do prefeito André Pacheco, seguem sigilosas.
Sem uma conclusão à vista, o governo municipal ainda não mandou para Câmara projeto algum revogando a proibição.
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