Socialista de Viamão tem ouvido aqui e ali críticas à condução do partido nacional e estadual e já tem gente falando em ruptura
Geraldinho Filho, no entanto, não é tão drástico: por enquanto, fala em "movimentação por dentro". Segundo ele, a direção está baseada geograficamente no eixo Passo Fundo/Porto Alegre – e as decisões acabam centralizadas por aí.
– Nosso partido no Estado é muito mais do que isso – afirma.
Querendo mudança, ele e um grupo que ainda tenta levar o deputado federal José Stédile junto, além de prefeitos e vereadores do interior, podem até compor uma chapa para enfrentar a atual direção, que segue a palavra e a linha de Beto Albuquerque no Rio Grande do Sul.
O PSB faz congressos municipais em julho, o estadual em agosto e o nacional em setembro. Até lá, nada de rompimento com os socialistas, garante Geraldinho.
– A gente conversa sobre isso depois do dia 3 de setembro.
O plano do grupo é que haja uma redistribuição das vagas do diretório e também da Executiva Estadual do PSB entre os demais grupos políticos que hoje compõe o partido.
– Se as nossas demandas forem contempladas, não há porque falarmos em sair.
Ao PDT, interessa
Os descontentes do PSB interessa ao PDT. E senão todos, uma parte deles vê a mudança com bons olhos. Geraldinho não confirma – mas também não nega – o interesse dos trabalhistas, ansiosos por recuperar a capilaridade que chegaram a ter no Rio Grande do Sul nos anos 90.
Para os eleitos pelo PSB, é uma alternativa para manter-se em um partido de esquerda e que não se incomoda – o PSB também não se incomodou – em propor alianças à direita do espectro político.
Caso de Viamão, onde a parceria do PSB é com os tucanos do PSDB.
Candidato, mas só a deputado estadual
Geraldinho confirmou, ainda, que só concorre em 2018 se for a deputado estadual.
– O conjunto dos oito partidos que compõe o governo estão convencidos de que dá para eleger um deputado daqui e, para isso, não todos lançarem um monte de candidatos. Se o conjunto entender que sou eu esse nome para a Assembleia, não tem problema nenhum.
Na prática, Geraldinho espera por uma decisão de Valdir Bonatto, o ficha 1 para a disputa.
O ex-prefeito ainda não dá sinais claros sobre suas intenções para 2018. Uma das hipóteses é concorrer à Assembleia para manter-se próximo aos negócios da família, dos quais afastado durante os quatro anos em que foi prefeito. Se concorresse a deputado federal e levasse, Bonatto teria que passar mais quatro anos longe de tudo.
E Bonatto ainda pode herdar a presidência estadual do PSDB gaúcho, hoje nas mãos de Nelson Marchezan Jr., prefeito de Porto Alegre.
– Esse quadro todo ainda não está completo então nós também seguimos avaliando.
Geraldinho só descarta uma candidatura local em 2020.
– Combinei com minha família que a prefeito não concorreria mais.
E parece disposto a cumprir.
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