Grêmio com Felipão: entre a Identidade e a solução mágica

Tiago Nunes foi mais uma vítima da insanidade que somente o futebol brasileiro é capaz de ofertar ao mundo. Final de ciclo após miseráveis 20 jogos à frente do tricolor, com 10 vitórias e cinco derrotas. Cartão amarelo contra o Juventude e vermelhaço frente aos goianos do Atlético em plena Arena. Respaldo da diretoria??? Só se Nunes tivesse marcado dois gols contra o Hamburgo em 83, né?

A culpa foi do sofá. É assim que a direção do Grêmio está agindo. A pessoa é traída e coloca a culpa naquele “sofazinho de dois lugares”, como cantaria Luan Santana. Mais difícil que chegar ao topo é manter-se nele. E por mais paradoxal que seja, a culpa do fracasso é de Romildo Bolzan Júnior. Assim como Felipão é Pai do Penta, mas também daquele maldito 7 a 1.

O tricolor está colhendo os frutos da soberba, da autossuficiência e da megalomania que acomete 11 em cada 10 clubes brasileiros após ciclo exitoso. Não soube renovar as estruturas. A derrocada começou quando “viraram a mesa” para que Bolzan seguisse na presidência. Como assim mudar a regra com o jogo em andamento para favorecer alguém que já estava no posto??? Eu alertei, mas fui quase voz isolada.

Os gaúchos da Zona Norte mantiveram Renato e seu infrutífero 4-2-3-1, no mínimo, duas temporadas a mais do que deveriam. Salário milionário. Regalias inacreditáveis. Contratações esdrúxulas. Teimosia e insistência irritante com os “cascudos”. Demora em lançar os jovens. Folha salarial, que supera os R$ 12 milhões, inflacionada por medalhões que pouco acrescentam. Contentamento com a supremacia regional. Gauchão e vitórias em Gre-Nal. Um minuto de silêncio… 

“Estou chegando para dar continuidade ao trabalho de Renato”. Pensei que a frase de Tiago Nunes na sua apresentação fosse apenas exercício do politicamente correto. Não foi. Infelizmente. A permanência de Vanderson no banco de reservas é mais uma prova de que o contracheque segue dando as cartas no vestiário. O destempero de Matheus Henrique é a prova de que TN já havia perdido o comando. Se é que algum dia o teve. Dizem que o trabalho de campo do gaúcho de Santa Maria era formidável. Não basta. Num território de cobras – no bom ou no mau sentido, você escolhe – é preciso um predador inquestionável. Ao menos na experiência e na identidade.

O melhor treinador dos anos 90 é o velho-novo da vez. Luiz Felipe Scolari chegaria para a sua quarta passagem à frente do Grêmio. Pode dar certo, mas não deixa de ser Solução Mágica. Voz forte. Chute na porta do vestiário. Futebol pragmático. Tal qual como Renato, Felipão é um extraordinário reforço como homem forte de futebol. Já como treinador…Tomara que eu queime a língua, assim como quase queimei com Abel Braga no tradicional adversário ano passado.

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