Foi em meio a pandemia
Que um milagre aconteceu
A cultura em Viamão
Fortemente floresceu
Ganhou visibilidade
A arte de qualidade
Que aqui sempre padeceu
Amanda Senna, cordelista
Cultura, palavra polissêmica, assim como outras parceiras: arte e educação. Cultura vem do latim cultivar e é no cultivo, no ato de trabalhar a terra que as mais diversas riquezas naturais e nutritivas se manifestam. A analogia da cultura com o cultivo ao que é da terra vem de uma teórica chamada Lucia Santaella. Se pensarmos no trabalho dos e das fazedores de cultura, nos artesãos e artesãs e artistas, muitos encontram analogamente nas “raízes” e no seu próprio solo, o ambiente necessário para plantar e para colher.
Mas como tem sido o solo viamonense para esses fazedores e fazedoras de cultura, dentre os seus duzentos e cinquenta mil habitantes?
A lei Aldir Blanc (Lei n°14.017/2020), foi uma "luz no fim do túnel" para muitos artistas. O primeiro edital, visto como um "auxílio emergencial" para a categoria, contemplou dezenas de viamonenses. Há poucos dias saiu o resultado do edital Fundação Marcopolo – SEDAC RS que selecionou projetos de Pesquisa, Criação, Formação e Qualificação nas áreas do audiovisual, artesanato, artes visuais, circo, culturas populares, cultura viva, dança, diversidade, linguística, livro, leitura e literatura, música, teatro, memória e patrimônio, e museus em todo o estado, inclusive os viamonenses.
O edital mais recente é o Trajetórias Culturais – Mestra Sirley Amaro, promovido pela Sedac e Instituto Trocando Ideia. "O prêmio é destinado para pessoas físicas e coletivos informais representados por um CPF, que receberão em dinheiro e diplomação, como forma de reconhecimento e valorização de suas trajetórias culturais individuais".
Mas voltemos à pergunta? Tirando os editais e recursos federais, um socorro momentâneo, como tem sido o adubo viamonense? É preciso que neste momento se pense e se construam alternativas para a retomada da economia criativa, buscar caminhos entre a situação pandêmica que vivemos para RE-EXISTIR, cobrar posicionamentos, atitudes e fiscalizar os atuais representantes e agentes públicos.
Em momentos como este, que o coletivo precisa mais do que nunca trabalhar junto e apoiar um ao outro, como exemplo, ilustramos o trabalho do Espaço Cultural Clube do Museu.
Inaugurado dias antes do 1o Lockdown (em março de 2020), o Clube do Museu mostrou-se resistente e perseverante, em meio a uma crise sanitária e econômica. De todo o processo, muitos desafios foram superados e muito ainda ainda estão por vir. Como todo artista e fazedor de cultura, que resiste e que tenta cultivar em solos incertos, O clube do Museu lançou em fevereiro deste ano, uma chamada para seleção de professores para ministrar aulas de diferentes linguagens, em sua sede na Santa Isabel.
Os objetivos iniciais são: contribuir para a economia local, fomentar o mercado cultural e captar recursos humanos regionais.
Para o público que irá contratar as aulas: acessar e participar de aulas de diferentes linguagens, como artes visuais, desenho e ilustração, teatro, música entre outras.
Os horários das aulas, a programação, o investimento e demais informações podem ser conferidos nas redes sociais do Clube do Museu ou ainda no whatsapp: 51 994 694 742.
De terça à quinta-feira, o Clube recebeu cerca de cinco currículos e seguirá recebendo até domingo (28.02) através do email [email protected]
As aulas iniciam em março de forma híbrida: virtuais e presenciais conforme decretos municipais.
E sigamos confiantes, em casa e protegidos!
Por Kelly Bernardo Martinez e Lawrin Ritter
Referências
SANTAELLA, Lúcia. Culturas e artes do pós- humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003.
https://cultura.rs.gov.br/sedac-e-instituto-trocando-ideia-lancam-premio-trajetorias-culturais-mestra-sirley-amaro, acesso em 25.02.21
https://cultura.rs.gov.br/sedac-e-fundacao-marcopolo-lancam-edital-criacao-e-formacao-diversidade-das-culturas, acesso em 25.02.21
https://www.premiotrajetoriaculturalrs.com.br/, acesso em 25.02.21