O racha no governo André Pacheco (ex-PSDB, sem partido) tomou proporções maiores do que se esperava na noite da última quinta-feira, com a denúncia do prefeito no RBS NOTÍCIAS, da RBS TV, de que seu governo estaria sendo sabotado. Pacheco protocolou denuncia na Polícia Civil e Ministério Público.
Nas denúncias apresentadas, o prefeito e uma servidora da secretaria municipal da saúde, afirmaram que funcionários da secretaria estariam deixando de dar prosseguimento a processos administrativos que trariam recursos do governo estadual e federal, principalmente na área da saúde. Como exemplo, a reportagem traz o caso de ambulâncias que Viamão deixou de receber por não enviar documentação em tempo hábil. Segundo a reportagem, R$ 4 milhões deixaram de ser repassados para Viamão.
Além da saúde o prefeito acredita haver irregularidades nas secretarias de agricultura, desenvolvimento econômico, assistência social, meio ambiente e secretaria geral do governo. Nesta última, a investigação gira em torno da liberação de concessão para uma empresa de mineração, assinada pelo ex-secretário Rafael Bortoletti, que segundo o prefeito teria ligação com esta mesma empresa.
– Há graves indícios de tráfico de influências e de desvio da finalidade pública. O que estava acontecendo é crime, estou falando de uma organização criminosa, de um grupo que se movimentou para atrapalhar esta gestão e inviabilizar o nosso projeto dentro da prefeitura – diz André na reportagem.
Na TV, a guerra de notas divulgadas nas redes sociais nas últimas semanas, ganhou novas versões. Segundo o prefeito, Rafael Bortoletti foi demitido por estar envolvido com essa empresa de mineração e após a sua demissão, os outros secretários do PSDB também pediram para sair. A versão é negada, por telefone por Bortoletti, que afirma que ficou sabendo da existência de um funcionário da prefeitura que recebia R$ 1.500 como complemento de salário pago por uma empresa que ele deveria fiscalizar. O funcionário teria dito que o prefeito sabia dos pagamentos e dias depois o secretário teria sido demitido.
A denúncia de que o funcionário recebia dinheiro da empresa que deveria fiscalizar foi apresentada para a Câmara Municipal que já teria encaminhado para o Ministério Público. Ao repórter Jonas Campos, André Gutierres, presidente da Câmara, afirmou que uma CPI deverá ser aberta para investigar o caso.
A CPI VEM AÍ
Não se falou em outra coisa nas redes sociais da vida nesta sexta-feira. No começo da tarde uma foto dos vereadores Adão Pretto Filho, Guto Lopes, Rodrigo Pox e Jessé Sangalli segurando papeis e pedindo a abertura de CPI começou a circular nas redes. Mais tarde, outra foto, dos vereadores protocolando o pedido de abertura da CPI na secretaria da Casa, agora acrescida dos vereadores Evandro Rodrigues, Guguzinho e Maninho foi postada nas redes. O acréscimo destes vereadores, mostra que o governo tem interesse que esta CPI vá para a frente. Ou seja, todo mundo quer a CPI e ela deve sair já na terça-feira, quando a Câmara volta do recesso de 45 dias.
O outro lado
Os ex-secretários usaram suas redes socais para divulgar uma nota, onde afirmam que entrarão no judiciário por conta das alegações feitas. Acompanhe.
"Comunicamos que nesta sexta-feira, dia 15 de fevereiro, entraremos com ação no judiciário, buscando reparação sobre as graves e infundadas acusações do prefeito André Pacheco.
Não admitimos que sejam imputadas à nossa honra, os adjetivos utilizados pelo prefeito. Repudiamos com veemência e buscaremos a reparação adequada.
Lamentamos que um chefe de executivo não tenha o cuidado que o cargo exige, lançando ao vento suspeitas sobre pessoas que trabalharam de forma dedicada a este governo.
Viamão, 14 de fevereiro de 2019
Nilton Magalhães, Carlos Remi Pacheco, Rafael Bortoletti, Kadu Schwartzhaupt, Maria Rita Cardozo, Tulio Barbosa e Luís Augusto Carvalho."