O apelo do Claudio Brasil: não ao ’isolamento social’!

Nunca gostei do termo "isolamento social" utilizado para combater a transmissão do covid-19, o agressivo coronavírus. Para evitar que a pandemia se espalhe é necessário sim o "distanciamento físico". Socialmente devemos estar muito próximos durante essa guerra para sair dela com uma nova mentalidade mundial muito mais íntima e intensa.

Ações sociais entre os seres humanos permanecem, mesmo durante o confinamento. E existem diversos exemplos de sua eficácia para minimizar os efeitos da crise. São cantores, atores, jogadores e ex-jogadores dando as mãos para aliviar as diferentes formas de sofrimento pelas quais estamos passando. E, não com menos importância, as pessoas simples da sociedade que, levadas por esse sentimento de amor e amizade, realizam diversas ações como arrecadação de alimentos, distribuição de cestas básicas, até a confecção das tão disputadas e importantes máscaras.

 O chamado "isolamento social"  não pode ser comparado pelos cidadãos  com o "isolamento físico", pois são coisas muito diferentes. Tudo que é social é o que nos faz sociáveis, ou seja, temos vontade e necessidade da companhia de outras pessoas. Uma característica própria de nossa espécie. Mas as ações e os indicativos sociais não se resumem a aglomerar-se, muito antes disso, representam organização em conjunto. O espírito de coletividade não pode ser abalado mesmo agora. Aliás, ele será o diferencial para chegarmos vivos ao final dessa crise.

Assim, o "isolamento social" nesse momento tão obscuro na história da humanidade serve apenas como arma para o vírus se fortalecer, vírus que parece ter como objetivo nos expulsar de nosso Planeta Mãe, a Terra. Imaginemos que, sem a "assistência social", deixássemos de lado as pessoas que mais precisam de apoio: pobres, vulneráveis, idosos, doentes. Não! Não podemos tomar essa atitude. E o que nos traz tamanha convicção é nossa tão sonhada "proximidade social".    

Pois "isolamento social" é justamente um dos principais motivos do atual estágio por que passa a população mundial. A falta de informação e integração entre as civilizações nos enfraqueceu e nos trouxe  ao ponto em que chegamos: muitos com pouco, poucos com muito. O termo "isolamento social" serve muito mais para justificar o exílio ao qual a humanidade já se entregara mesmo antes da chegada do incômodo convidado. Agora temos de ecoar  "um por todos e todos por um", mesmo distantes fisicamente, dentro das casas e apartamentos, ou ligados apenas pelo tênue sinal de internet. Mas muito próximos socialmente.  

*Claudio Brasil é músico e jornalista

 

*As publicações nos espaços de opinião são responsabilidades de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do Diário de Viamão.

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