Estava agendado há muito tempo. Não acontecia por vários motivos. Numa manhã bem quente ele finalmente foi real. Evidente que foi numa cafeteria com ar condicionado. Na rua, o sol ardia na pele branca. Na praia, uma multidão acotovelada e descontraída. O gosto do café com o arzinho do shopping era a melhor pedida.
A atendente da cafeteria parecia estar braba. Ar sisudo, serviu à mesa, mas percebia-se uma certa contrariedade. Era jovem. Talvez tivesse brigado com o namorado. Ou estaria incomodada. Por trabalhar, quando muitas outras moças estavam na praia deliciando-se com o calor do verão.
Afirmam alguns estudiosos americanos que o café é uma droga. E que o excesso faz mal à saúde. Por isto é necessário ter cuidado. Mas estas amigas da cafeteria eram escritoras.
Garantiam a estimulação criativa que a cafeína fornece ao cérebro para escrever. E no encontro deste dia quente de verão, além de estimular a escrita, dava sustentação à troca de notícias. Não se viam há algum tempo.
Ambas moravam na praia. Era salutar. Ambas escreviam. O encontro foi prá lá de agradável. Trocaram informações sobre o mundo literário em que viviam. Notícias de suas vidas, um pouco de política e o momento climático atual.
Ambas estavam preocupadas com o calor excessivo que acontecia neste verão de 2025. É fevereiro, fazer tempo quente é natural. Mas ultimamente dava para sentir um aumento assustador da temperatura.
Na saída do café, no Shopping, foram à rua e constataram o fenômeno. O clima estava mudando. O aquecimento global já era realidade. Estaria o ser humano preparado para os anos que virão.
Assustados, ou não, o fato já é uma realidade. Inegável. Constatada não só pelos ambientalistas como pelas duas amigas pensadoras. E, adoradoras de café. Bebida que fornece energia e disposição.