Conheço uma música antiga de Moacir Franco que na letra diz: “Tu meu caminho de ir, de voltar de sorrir e chorar. Estrada do amor de imagens enfim, que na vida meus passos guiou. Só quantas vezes passei por saber de alguém a esperar e a ti meu caminho podia confiar. O desejo de ir sem voltar.” Quando penso nesta letra lembro que na vida parece que sempre trilhamos somente o caminho de ida, já que é só em nossas memórias que relembramos algo que se foi e não mais será possível corrigir, já que o tempo deixou para trás.
O caminho é adiante, temos de desbravar os horizontes e romper os limites, mesmo em momentos críticos, nos quais o temor da incerteza reina e os fantasmas que povoam nossas memórias estejam a frequentar nossos pensamentos e a dificultar o nosso sono. Ao nosso redor sempre temos um mundo de energias múltiplas, essas fontes devem ser canalizadas para o nosso melhor resultado e levar à nossa consciência interior a paz necessária para que possamos ir adiante, pois, como disse no princípio, viver é o caminho de ir.
O caminho de voltar somente é real quando estamos resgatando algo dentro de nós mesmos, uma coisa do passado que parecia soterrada e apagada, até esquecida e que fazemos com que se fortaleça e se repita nos dias de agora. Temos de estar ligados em trilhar o caminho de ir, mas sabendo que as lembranças e memória constituem o verdadeiro caminho de voltar, de sorrir e de chorar.
Lembro de minha infância de fé religiosa e de muita fé no amanhã, acreditava que poderia fazer e ser alguém que poderia significar a diferença de não repetir os mesmos erros. Hoje faço nisto o meu caminho de voltar, voltar a crer, voltar a desejar o amanhã melhor e de voltar a sonhar com o amanhã mais promissor.
