O ciclone

Foto: Marcos Adami/Divulgação

Na beira da praia ele parecia vomitar. Um vento tão intenso quase arremessava as pessoas que, por ventura, tivessem saído de casa. Muito forte.

Depois as rajadas de água salgada movimentavam a areia fina que também corria para o mar. Era assustador. Em um segundo todo o espaço da praia se agitava.

O som do ciclone também causava  medo. Um ronco, uma sinfonia de terror nunca antes presenciada enchia os prédios, janelas e portas.

Algumas, com o impacto, voavam. Eram vidros quebrados, galhos de arvores e pedaços de telhas.  Arremessados por cima de muros e terrenos.

Em um instante muitas casas, próximas ao mar, foram atingidas. A paisagem se transformava na medida que o ciclone se intensificava.

De repente, um breu total em alguns bairros próximos ao mar. A luz foi apagada. Não se enxergava um palmo a frente do nariz. Velas e lanternas eram acessas. E na falta delas, as luzes dos celulares  eram utilizadas.

Hora do jantar. Como cozinhar no escuro. Na manhã seguinte difícil encarar o mar. Ondas gigantes e com três metros de altura fariam, numa ocasião normal, o êxtase dos surfistas.

Mas até eles se assustaram. E, nesta manhã, nenhum quis surfar. Só ficou aquele “chuá” medonho apavorando todo mundo. Até a noite foi assim. Nos noticiários das tevês o cômputo dos estragos. Eram  muitos.

Passados alguns dias, novas notícias. Mais um ciclone estava a caminho. Desde o mar revolto até o calçadão da praia, já despedaçado e desnudado por tantas intempéries.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Compartilhe esta notícia:

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade

Facebook