Edegar Pretto, filho de Adão, nomeia Leonel Rocha, filho de Tapir, para Superintendência Legislativa da Assembleia
– É um orgulho e uma honra chegar a Superintendência Legislativa, especialmente por um convite de um deputado de outro partido como o Edegar Pretto – conta Leonel Rocha.
Leonel, filho de Tapir Rocha, o primeiro deputado que Viamão teve. Edegar, filho de Adão Pretto, que quando se elegeu deputado, foi em Viamão que veio morar.
– Nossos pais foram deputados juntos. E ambos eram ligados aos sem terra – resume Leonel.
A história é mais ou menos assim: no PTB de antes do golpe de 1964, Tapir ajudou Leonel Brizola a formar o Master – o Movimento dos Agricultores Sem Terra do partido. Era uma forma de dar voz à reforma agrária, algo que já era, na época, algo urgente para o Brasil.
– E a história do Adão Pretto todos conhecem. Ele foi o primeiro deputado eleito pelo Movimento dos Sem Terra pós-64.
O trabalho na Assembleia
Leonel é jornalista e servidor concursado da Assembleia Legislativa. Por um convite de Edegar, assume a Superintendência Legislativa – o cargo mais algo na carreira de um servidor.
– Acima disso, só a Superintendência Geral. Mas essa pode ser dada a alguém de fora. A Legislativa é só para servidores.
Segundo ele, a função cabe a um servidor por não tratar dos aspectos políticos da atividade da Casa.
– É um cargo de carreira porque zela por todo o processo legislativo.
Desde o mais simples requerimento até os mais importantes projetos de lei passam por ali – se precisam ser votados pelo plenário, passam por ali.
– Já fui diretor Legislativo, um cargo de nível imediatamente abaixo e havia uma expectativa de voltar a essa função um dia. Mas a convite do presidente, assumo a Superintendência.
Nos anos 80, um dos primeiros comícios de Brizola pelas Diretas Já no RS foi em Viamão, na praça Júlio de Castilhos
Tapir e a Reforma Agrária
Lembrando a proximidade do pai com as causas defendidas pelo falecido Adão Pretto, Leonel Rocha conta a história de que Tapir foi um dos primeiros a abraçar a reforma agrária como necessidade e, inclusive, a trouxe para Viamão.
– Era o governo do Leonel Brizola, em 1960 ou 1961. O pai era vereador.
Havia uma ocupação em Itapuã e o governo gaúcho, então, resolveu regularizar a situação dos colonos que queriam terras para plantar e produzir em Viamão.
– A área fica perto do leprosário. Existe até o hoje. Os lotes todos divididos em tamanhos iguais, para ser justo.
Brizola ainda promoveria outras doações de terra ao longo do seu governo, encerrado pelo golpe militar em março de 1964. Tapir e Adão Pretto, na Assembleia, tinham muito o que conversar.