O que eu aprendi com os meus pais

Na minha família comemoramos os aniversários dos meus pais no mesmo final de semana. Qual o motivo? Eles nasceram um dia depois do outro. Meu pai comemora no dia 20 de janeiro e minha mãe no dia 21. Todo ano é um quebra-cabeça para organizar algo sem que o do outro pareça mais “divertido”. Sem falar nos cardápios. Neste exato momento, existem três pratos de sobremesas na minha geladeira… haja disciplina para não comer tudo de uma vez só!

Está aí uma coisa que eu aprendi com eles: disciplina. Minha mãe sempre foi muito organizada e gosta de tudo no lugar. Sempre trabalhou fora de casa e sempre teve disposição para cuidar dos afazeres domésticos. Não tenho lembranças da minha mãe atrasada. Ela sempre esteve arrumada na hora certa. Em relação a comida, eu tenho que agradecer a minha mãe pelo bom gosto culinário. Desde pequena, eu não bebo Coca-Cola, sempre comi pouca carne e o meu prato favorito é feijão preto, arroz e moranga. E sobre a escola? Segundo mamãe, eu chorava quando não tinha aula! Ok, algumas coisas mudaram na adolescência… mas se hoje eu sou uma pessoa bem organizada é por causa dela.

Outra coisa que eu aprendi com eles: economizar. Todos os meses eu junto moedas, já cheguei a quantia de R$ 100! Isso começou quando eu tinha 15 anos e ganhei uma viajem para Bariloche. Os dois viviam repetindo: “guarda dinheiro se quiser gastar com alguma coisa para ti, filha”. E eu aprendi. Meu pai já conseguiu economizar uma quantia de R$ 300 apenas em moedas de R$ 1. Não há registro de fotos desse momento, mas eu aprendi bem a lição. Além de economizar, sempre vi eles fazendo doações. Eram roupas pouco usadas, alimentos para quem necessita ou até mesmo compras para quem não tem condições. Várias vezes já os vi doando cadernos, livros e chinelos para as crianças do bairro. Quando eu compro alguma coisa, automaticamente já estou doando outras.

Eles sempre foram muito presentes e participativos. Não lembro de um evento da escola que eles não estivessem lá. Minha mãe nem sempre estava presente por causa do trabalho, mas nunca me deixou ir sem uma fantasia ou esqueceu de fazer o bolo do meu aniversário. Meu pai sempre esquece da data do meu nascimento, mas sempre me levou em todos os lugares e estava em casa na hora de assistir Disney Cruji.

No dia da minha formatura da graduação, eles estavam mais felizes do que eu. Talvez aquela conquista não fosse somente minha. Na verdade, tudo que eu conquistei até aqui tem um pouco dos dois: o dinheiro do meu pai para as passagens, os conselhos e os puxões de orelha da minha mãe, o incentivo e o “adorei o texto de hoje, filha” que eles sempre repetem quando terminam de ler a coluna aqui no jornal.

Termino o texto de hoje agradecendo ao universo por ser tão sortuda e ter uma mãe e um pai como vocês. Obrigada por me ensinar a lutar pelo que eu quero, por me esperar para almoçar depois das 13h nos domingos, pela paciência nas emergências dos hospitais e nas madrugadas de febre alta, por patrocinar minhas vontades e por estarem sempre ao meu lado.

Agora, eu vou ali na cozinha reclamar da minha dor de garganta para o meu pai, que vai ligar correndo para a minha mãe e os dois vão fazer algo para que tudo fique bem rapidinho…

 

 

 

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