Os guris do futebol americano de Viamão

Equipe fará ultimo amistoso no próximo dia 18, em Cachoeirinha

E o time que surgiu ainda em 2013 e tinha apenas cinco atletas presentes para o treino inaugural, termina 2016 com 60 pessoas na equipe e ambiciosos projetos para o próximo ano.  O Viamão Raptors, primeiro e único time de futebol americano da cidade, fechou parcerias e até o segundo semestre de 2017 pretende angariar novos patrocinadores, conseguir uma sede própria e material para todos os atletas.

— Estamos tentando conseguir um campo para que possamos treinar da maneira adequada, nas medidas certas e com os nossos materiais – que vão de pneu de caminhão a outros objetos até mais pesados. Atualmente, nossos treinos são aos domingos, no parque Saint Hilaire e fazer esse deslocamento sempre com os materiais é bastante complicado pra gente — conta Ariel Oliveira, 20 anos, fundador, membro da comissão diretiva e jogador do Raptors.

O próximo passo é a aquisição das roupas e proteções adequadas para toda a equipe. Segundo Ariel, para conseguir custear o material completo para todos os jogadores, se forem usados, seria em torno de R$ 50 mil. Através de parcerias com duas empresas de Viamão e nutricionista, eles ganharam protetores bucais personalizados, desconto em academia e acompanhamento da alimentação.

— Realmente é tudo bastante caro, alguns já conseguiram adquirir algumas coisas, mas é difícil, a maioria não tem condições nem de bancar os deslocamentos e a mensalidade do clube que é de R$ 20.

Mesmo com quase nada de dinheiro, o esforço de Ariel em manter a equipe já chamou a atenção na cidade. Neste ano, ele já foi convidado para dar palestras em escolas para falar sobre o esporte e a equipe. No ano de 2014, ele recebeu uma moção da Câmara de Vereadores pela iniciativa inovadora.

O surgimento

O que arrebata multidões nos Estados Unidos, no Brasil o reconhecimento e incentivo ainda é muito pouco. Ariel descobriu o esporte por acaso, após se lesionar no futebol e decidir mudar de modalidade.

— Eu jogava futebol e acabei me lesionando no joelho, o que acabou inviabilizando o meu retorno. Neste meio tempo, decidi que iria procurar outro esporte e queria que fosse algo diferente do tradicional. Na internet, acabei vendo alguns vídeos e gostei muito do futebol americano. Comecei a jogar em um time de Porto Alegre. Com o tempo, passou a ficar muito cansativo e caro ficar indo para lá. Foi então que decidi que iria montar meu próprio time. Fiz a divulgação na internet, através das redes sociais, primeiro para os amigos e, depois foi crescendo.

E qual o significado da escolha do nome? Ariel explica que queria algo que ainda não tivesse no Brasil (atualmente são mais de 300 times) e foi procurar inspiração nas equipes de basquete dos Estados Unidos.

— Eu queria usar algum nome que não tivesse ainda no Brasil e gostei muito de Raptors (inspirado no time de basquete Toronto Raptors). No início adotamos as mesmas cores, preto e vermelho. Mas são as mais usadas e, por isso, hoje passamos para o marrom e branco inspirado no dinossauro (mascote).

A família e os sonhos

Quem vê Ariel, pode pensar que ele é professor de educação física ou tem alguma outra profissão ligada ao esporte. Engana-se. Ele é técnico em zootecnia e diz adorar trabalhar com animais. Mas claro que seu grande sonho é poder viver do futebol americano.

— Esse é meu maior sonho, me especializar mais e viver disso. Hoje tem curso de árbitro em Porto Alegre. Além disso, gostaria muito de poder fazer um intercâmbio e conhecer de perto as técnicas americanas.

Ele conta também que no início a família achou um pouco estranha a escolha pelo futebol americano.

— Minha mãe disse que eu era louco. Com o tempo, ela foi aos jogos e mesmo sem entender nada das regras, ela passou a levar a sério o que a gente estava fazendo.

Campeonato Gaúcho de Futebol Americano

No ano que vem, a equipe pretende disputar o Campeonato Gaúcho de Futebol Americano na categoria “No Pads” (como é chamada a categoria que não utiliza os equipamentos de proteção, como ombreiras (shoulder pads) e capacetes. A categoria geralmente é disputada por equipes iniciantes que não têm condições financeiras ou técnicas de competir e equipar todos os jogadores.). Em 2016, o Viamão Raptors participou somente de amistosos. Para se inscrever em competições é necessário ter 53 atletas à disposição.

— A gente estava reestruturando a equipe e por isso só participamos de jogos amistosos. Ano que vem, com a equipe completa vamos buscar participar de campeonatos. Nosso último amistoso será no dia 18, em Cachoeirinha, contra o time da cidade de Parobé.

E o público feminino?

Com as palestras nas escolas, Ariel se aproxima bastante dos jovens e adolescentes. Ele conta que o público feminino, surpreendentemente, é o que fica mais interessado em participar.

— Elas adoram, querem fazer as oficinas práticas. Acredito, inclusive, que no ano que vem seja criado o primeiro time feminino de futebol americano. Nos Estados Unidos já tem, seria legal ter aqui também.

Contato

Para quem quiser saber mais notícias e acompanhar as competições do Viamão Raptors, acesse a fã-page da equipe no Facebook. A equipe diretiva é composta por quatro pessoas: Ariel Oliveira, Tales Gibbon, Israel Santiago e Alisson de Paula. 

Sobre o Futebol Americano:

– O time que tem a posse de bola tenta avançar gradualmente em jogadas de curta duração – os chamados "downs". Se conseguir levar a bola até a endzone do adversário, marca touchdown e conquista 6 pontos.

– Quanto dura um jogo: São quatro períodos de 15 minutos, totalizando 60 minutos de partida. O cronômetro, entretanto, pode ser parado em algumas situações: se o jogador com a bola sair pela lateral, se algum time pontuar, se houver um passe incompleto (bola lançada que toca o chão antes de ser pega) e se houver falta.

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