Os quatro caminhos que Bonatto tem para hoje

Bonatto recebe a imprensa hoje para falar o que fará sobre o salário do sucessor, André Pacheco, ao fundo

Prefeito chamou coletiva de impresa para logo mais às 10h, quando dirá o que decidiu fazer sobre o projeto que aumenta o salário do sucessor, do vice e dos secretários

 

Logo mais às 10h, o prefeito Valdir Bonatto vai receber em seu gabinete jornalistas para uma concorrida coletiva de imprensa. É quando dirá se veta ou sanciona o projeto de lei aprovado na terça pela Câmara que dá aumento de 32,81% nos salários do novo prefeito, do vice e dos secretários que assumem a partir de 1º de janeiro.

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O salário do prefeito, por exemplo, pode passar dos atuais R$ 13,8 mil para R$ 18,3 mil. O vice e os secretários, que hoje ganham R$ 6,9 mil, teriam os contra-cheques engordados para R$ 9,3 mil.

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Mesmo que não se beneficie diretamente do aumento, Bonatto teria que assumir sozinho o desgaste da sanção a dois dias de encerrar o seu mandato. Numa semana em que inaugurou obras, fez anúncios de projetos e apresentou o balanço de sua gestão, certamente queria terminar o ano em alta com a população.

Bonatto tem, hoje, três caminhos a seguir. Confira:

 

Sanção do projeto

 

Se sancionar, o aumento está valendo e, no final de janeiro, o engorde nos salários já pinga na conta do prefeito eleito, do vice e dos seu secretariado.

Apesar do aumento significar um impacto de cerca de meio milhão de reais ao ano nos cofres da prefeitura, é suportável financeiramente.

O desgaste político, no entanto, é o mais alto. E a oposição não deixará barato, constrangendo o novo governo com o salário que recebe.

 

Veto parcial

 

Bonatto pode vetar parcialmente o projeto, dando aumento para o prefeito e o vice ou só para os secretários.

A medida não diminui tanto o desgaste político, mas amplia o leque de justificativas.

Se vetar o aumento para o prefeito e o vice, por exemplo, que são cargos eletivos, Bonatto pode dizer que o salário dos secretários é o que, de fato, precisa ser recuperado para atrair bons quadros à gestão. Salários muito baixos costumam levar os partidos a indicar nomes intermediários – os bons, em geral, podem ganhar salários compatíveis e até maiores na iniciativa privada.

Assim, Bonatto tiraria do colo do futuro prefeito o problema de ter que explicar, no primeiro mês de governo, porque aceitou um salário novo um terço maior que o antecessor sem sequer ter iniciado sua gestão.

 

Veto total

 

Bonatto pode, ainda, vetar totalmente o projeto – e rejeitar, com isso, o aumento para o prefeito, o vice e todo o secretariado.

Seria aplaudido pela população – nova celebridade das redes sociais.

Mas deixaria André Pacheco com um pepino em mãos: teria que ele, ano que vem, propor a medida de reajuste aos salários dos secretários que completariam, então, cinco anos com a mesma remuneração. E salários baixos, sabe-se, não atraem bons gestores.

 

Deixa como está

 

A última alternativa de Bonatto é esquecer o projeto sobre sua mesa.

O prazo para sanção ou veto é de 15 dias e vai se encerrar somente quanto André Pacheco já tiver assumido o cargo, depois de domingo. Se Bonatto quiser, pode simplesmente não fazer nada – e deixar que o novo prefeito tenha que decidir se veta ou sanciona o aumento para o próprio salário.

Se o prefeito nada fizer em 15 dias, a Câmara pode sancionar o projeto através do presidente da Câmara – o que evitaria que o prefeito desse uma assinatura em uma medida que o beneficia diretamente no bolso.

É uma alternativa.

 

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