Padre Valdir: duas décadas e meia de sacerdócio

Missa festiva nesse domingo irá celebrar os 25 anos de sacerdócio / fotos: arquivo pessoal

Ele é natural de Braga, no noroeste do Estado, já passou por Jaboticaba, Passo Fundo, atravessou o mundo e foi à Itália e França, porém, foi em Viamão que criou raízes e concretizou seus principais projetos profissionais à frente da Assistência Social Santa Isabel (ASSI). O padre Valdir Formentini irá completar no dia 23 de novembro 25 anos de sacerdócio, dois dias antes de seu aniversário de 55 anos. Para celebrar, três paróquias que fazem parte de sua trajetória prepararam algumas festividades.

— Neste mês, três paróquias que fizeram e fazem parte de minha história sacerdotal celebram a festa de suas padroeiras. A Paróquia Nossa Senhora Medianeira, de Jaboticaba, foi a primeira Paróquia que trabalhei após a minha Ordenação; A Paróquia Santa Isabel, de Viamão, bairro que vivi mais tempo de minha vida. Aqui morei quando fiz meus estudos, aqui servi como pároco durante oito anos e aqui continuo trabalhando como Presidente da ASSI; e a Paróquia Santa Catarina, de Braga. Nasci exatamente no dia desta Santa mulher, ou seja, 25 de novembro. Nesta paróquia, fui ordenado no dia 23 de novembro de 1991. Lá eu estarei no dia 20 deste mês para celebrar com minha família e toda comunidade os meus 25 anos de sacerdócio — explica padre Valdir.

Confira a entrevista completa:

 

Padre Valdir no casamento do príncipe de Mônaco

 

DV – Você sempre quis ser padre? Como foi aproximação com a igreja católica?

Padre Valdir – No início, de maneira mais tímida, eu sempre pensava em ser sacerdote. Quando eu tinha 12 anos ingressei no Seminário da minha cidade natal. Ali permaneci por dois anos. Nos cinco anos seguintes voltei para casa da minha família, onde trabalhei na agricultura. No final do ano de 1982, fiz uma profunda reflexão e, por fim, optei por começar a preparação em vista de me tornar religioso e mais tarde, sacerdote. Os meus estudos aconteceram no Seminário Maior de Viamão (Filosofia) e na PUCRS (Teologia). Fui ordenado Padre no dia 23 de novembro de 1991 na cidade de Braga, RS.

 

DV – A família sempre o apoiou na escolha?

Padre Valdir – Desde o início da minha caminhada rumo ao sacerdócio a minha família me apoiou completamente.

 

Padre Valdir ao centro, em foto tirada com a família no ano de 1989.

DV – Qual é o lado mais bacana de se tornar padre e o mais difícil?

Padre Valdir – O lado bacana é que o sacerdócio é o fato de que o Padre toca o sagrado. Imaginem que grandeza poder consagrar o pão e o vinho, fazendo com que os dois se tornem corpo e sangue do Salvador? Bacana também é poder projetar toda a nossa vida na dimensão do serviço aos outros, de modo especial aos mais pobres. O lado mais difícil se manifesta no desafio de estabelecer um diálogo com cada pessoa, cada família, cada comunidade… Descobrindo e canalizando as energias, potencialidades, projetos e sonhos na direção de ações em vista do bem, da paz, da justiça. Enfim, um mundo humano e fraterno onde todos possam viver com a dignidade de filhos de Deus.

 

DV – Em quais cidades vc já trabalhou?

Padre Valdir – Por ordem cronológica: Jaboticaba, RS (1992 a 1996); Passo Fundo, RS (1996 a 1999); França e Itália (2000); Santa Isabel, Viamão, (2001 a 2003); Paróquia Saint-Charles de Monte Carlo, Principado de Mônaco (2003 a 2007); Santa Isabel, Viamão, (2007 a 2012); Casa Geral dos Oblatos de São Francisco de Sales, Roma (2012 a 2013); Santa Isabel, Viamão, RS (2014 até o momento).

 

DV – Desde quando está em Viamão?

Padre Valdir – Cheguei pela primeira vez na Vila Santa Isabel no início do ano de 1982 para começar os estudos de Filosofia.

 

DV – Quais foram os projetos mais legais que você desenvolveu?

Padre Valdir –  São tantos que não caberiam nesta página. Vamos então elencar alguns:

– Idealização do projeto Missão Jovem: Esta iniciativa aconteceu quando estava em Jaboticaba. Mais tarde este projeto se transformou em um documento da CNBB Nacional.

– Encontros Estaduais da Pastoral da Juventude: Nos anos de 1991 a 1999 aconteceram muitos grandes encontros de jovens do RS. Neste tempo, eu estava servindo a Igreja como Assessor da Pastoral da Juventude, junto a CNBB Sul III.

– Estudo e preparação em vista de conhecer mais profundamente a Espiritualidade Salesiana em Annecy, França (ano de 2000): O conhecimento da língua francesa aliado ao conhecimento das terras salesianas me deram elementos para poder trabalhar desde então na divulgação da Espiritualidade Salesiana, ou seja, da vida, da doutrina e da espiritualidade de São Francisco de Sales.

– Pároco da Santa Isabel: Durante os oito anos que servi a paróquia procurei melhorar as estruturas de cada comunidade. O foco na formação de lideranças também foi muito intenso naqueles anos. A abertura da paróquia para manifestações culturais e recreativas ganharem destaque.

– Ampliação do serviço de Assistência Social: Sabemos que desde o ano de 1963 existe a ASSI. Desde o ano de 2001 o trabalho de reestruturação e ampliação dos serviços vem acontecendo de maneira muita intensa. Aos poucos minha vida sacerdotal foi se dirigindo para estes serviços. Mesmo trabalhando em outros países, sempre estive ligado e fazendo de tudo para captar recursos financeiros para a continuidade dos serviços solidários desenvolvidos pela ASSI na vila Santa Isabel.

– Ligação com o movimento cultural gaúcho: Tenho dedicado um bom tempo no estudo e na prática da cultura regional do RS. Todo este gosto que tenho por aquilo que é tradicional de nossos povos originários gerou muitos encontros, trabalhos musicais e Missas Crioulas. Tudo isso foram às alavancas que me despertaram para criar o atual projeto chamado Espaço Itinerante Fé Gaúcha. Trata-se de um ônibus capela (creio que o primeiro no mundo) que se faz presente nos lugares onde a arte, a cultura, o folclore estão em evidência.

 

DV – E para o futuro, o que ainda pretende realizar?

Padre Valdir – É muito difícil imaginar como e quando o Espírito Santo vai me tocar para a criação de ideias inovadoras que possam alargar as fronteiras do Reino de Deus. Penso que não sou do tipo de padre que segue o estabelecido, o convencional, o tradicional. Sinto-me sempre desafiado para ir além do que aparece, criar coisas novas, me lançar, me desafiar… Tudo isso faz com que as ações do amanhã permaneçam no horizonte da surpresa.

 

DV – Para os jovens que desejam seguir na vida religiosa, qual o seu conselho?

Padre Valdir – O fundamental é pensar BEM. Os passos que a gente vai dando na direção do projeto pessoal de vida vão clareando o nosso desejo inicial. Estou convicto de que o caminho se faz caminhando. Para os jovens que estão pesando em optar pela vida religiosa eu dou este simples conselho: Em frente, vale à pena, é muito lindo consagrar-se no serviço a Deus e ao próximo.

 

A FESTA EM VIAMÃO

Em Viamão, a festa da padroeira acontece no domingo (13). Junto com a comunidade, padre Valdir irá celebrar uma missa festiva que contará com a chegada da imagem de Nossa Senhora Aparecida. A missa inicia às 9h30 e, ao meio dia será oferecido um almoço, no valor de R$ 20. Na ocasião, será sorteada uma TV 32 polegadas. Crianças de seis a dez anos pagam R$ 10.

No dia 17, também está programada uma missa, com benção da saúde e, após, um chá será servido. O valor será de R$ 8.

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