Por colega, estudantes criam impressora braile

Os alunos João Lessa e Josiane Giannechini e o professor Rodrigo Barreto / Foto: Bruna Lopes

Ao observarem as dificuldades de acesso à tecnologia de um colega deficiente visual, dois alunos do curso técnico em Informática das Escolas e Faculdades QI de Viamão se empenharam em facilitar uma tarefa: a impressão. Os estudantes Josiane Giannechini, 21 anos, e João Lessa, 22 anosem parceria com o professor Rodrigo Barreto, desenvolveram o projeto de uma impressora em braile de baixo custo, que busca simplificar a vida acadêmica dos deficientes visuais.

— Inicialmente, em maio deste ano, reunimos os alunos e fizemos um ‘brainstorm’, jogando todas as idéias que viessem à mente. A partir disso, ficamos com quatro projetos e optamos pela impressora pela viabilidade de execução — diz o professor Rodrigo.

Durante a 31ª Mostra Brasileira e Internacional de Ciência e Tecnologia – Mostratec 2016, que aconteceu em outubro em Novo Hambugo, o projeto foi agraciado com quatro prêmios: Inovação Tecnológica; Professor Orientador Destaque, para Rodrigo Moreira Barreto; 1° lugar na categoria Ciências da Computação; e prêmio Intel de Inovação – destaque feminino da Mostratec, para Josiane Cristielly de Oliveira Giannechini.

Além dos títulos, os alunos ganharam bolsas de graduação na faculdade QI de Porto Alegre. Josiane e João vão cursar Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Já o professor Rodrigo ganhou bolsa para a pós-graduação na São Judas Tadeu.

— A Mostratec foi uma oportunidade que surgiu depois, quando estávamos na metade da execução do projeto. Nunca foi nossa intenção ganhar prêmios. Foi muito legal. É a primeira vez que todos participam de uma competição como esta  — diz Josiane.

A impressora não utiliza cabos. É acionada por voz através do celular. O usuário pode ditar um texto que será impresso em braile ou – também por voz – indicar um arquivo a ser impresso. Segundo Rodrigo, as impressoras atuais com essa tecnologia podem custar até R$ 20 mil reais, pois não tem fabricação no Brasil e, ainda são difíceis de operar. A ideia é que a impressora dos alunos chegue ao mercado com o valor aproximado de 500 reais.

— Uma das formas de baratear o equipamento foi reaproveitando ao máximo peças de impressoras usadas. Quase metade do material que precisávamos retiramos de uma única impressora multifuncional — explica Barreto.

Com um produto de valor mais acessível, a intenção é que ele possa ser adquirido para ajudar instituições que atendem pessoas de baixa renda.

— Queremos tornar o produto o mais acessível possível. Inseri-lo em diversas escolas para que os estudantes com essa dificuldade possam imprimir seus próprios textos e ter mais esse recurso para estudo — comenta João.

O acionamento da impressora é feito por meio de um aplicativo compatível com celulares Android. Josiane destaca que, tecnicamente, o projeto não foi altamente complexo, mas exigiu pesquisa profunda, e que trouxe ganhos inclusive para seus desenvolvedores.

— Utilizamos como base os elementos de uma impressora 3D, pois seu desenvolvimento é semelhante. Para mim, como estudante, me ajudou bastante na área profissional e técnica. Foi uma grande experiência — complementa. 

O produto está em fase de protótipo e registro. Os alunos buscam agora um investidor ou organização não governamental que se interesse em oferecer aporte ao projeto. Quem tiver interesse em saber mais sobre a tecnologia pode entrar em contato pelo telefone (51) 8412.5651 ou e-mail rodrigo.barreto.cc@gmail.com.

 

 

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