Receita Federal amplia atuação contra o crime organizado

Foto: Arquivo/DV

A Receita Federal registrou em 2024 o montante de R$ 3,76 bilhões em apreensões de mercadorias fruto do contrabando e descaminho. Nos últimos anos, a média tem sido superior a R$ 3,5 bilhões. Sobre artigos eletrônicos, em 2024, a Receita Federal registrou o montante de R$ 920 milhões em mercadorias apreendidas.

O carro-chefe, porém, é o cigarro. Só o cigarro comum tem uma média, desde 2020, de R$ 1 bilhão anual em valor de mercado apreendido. A Receita nota a conexão desse crime com milícias privadas, que formam quadrilhas para tomar conta dessas rotas.

Não estamos falando, portanto, simplesmente de trazer itens contrabandeados para dentro do país: estamos falando da alimentação financeira de uma rede criminosa de aspectos bem mais pesados, com armamento e conexões com os grupos mais perigosos do país.

As apreensões de cigarros eletrônicos saltaram de R$ 61,8 milhões em 2023 para R$ R$ 179,4 milhões no ano passado, graças a ações para evitar a continuidade desse ilícito e a busca de integrações para a derrubada de sites, cassação da licenças e outras medidas que fortaleçam o combate ao contrabando desses itens.

O secretário Robinson Barreirinhas contou ter acompanhado pessoalmente uma operação de repressão ao contrabando de cigarros eletrônicos, em São Paulo, com a notificação do responsável de que contrabando e descaminho é crime, inclusive com pena maior do que a de furto no Brasil. “No dia seguinte, eu passei no estabelecimento e estava tudo lá de volta. Por quê? Porque é uma sensação de impunidade”, lamentou.

Para evitar esse tipo de situação, a Receita passou a suspender de forma cautelar dos CNPJs de estabelecimentos pegos com produtos contrabandeados, levando os municípios a também suspenderem as licenças (alvarás) dos estabelecimentos.

Operação Pleonexia

A Receita Federal, em conjunto com a Polícia Federal, deflagrou há poucos dias uma ação para desarticular uma organização criminosa envolvida em golpe financeiro de falsos investimentos em energia solar, lavagem de dinheiro e outros delitos.

A ação envolve 52 policiais federais e 12 servidores da Receita Federal.

A empresa investigada, Alpha Energy Capital, promovia a captação de recursos de investidores sob a promessa de rendimentos muito acima dos praticados no mercado, supostamente obtidos por meio da comercialização de créditos de energia solar.

O grupo atraía pessoas de diversas regiões do país, comprometendo-se a pagar um rendimento mensal entre 4% e 5% — o que se revelou insustentável e com fortes indícios de fraude. No portfólio dirigido aos potenciais investidores, a empresa divulgava a existência de onze usinas de energia solar, com capacidade de geração de 1.266.720 kWh/mês, no entanto, a investigação revelou a existência de apenas uma usina efetivamente conectada à rede da distribuidora de energia local, tendo gerado somente 28.325 kWh.

Ademais, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, a empresa investigada não é titular de nenhum empreendimento de geração de energia regular e não tem pedido de outorga em tramitação em seu nome.

As investigações demonstraram que a maior parte dos valores captados era desviada para a aquisição de imóveis, veículos de alto padrão, joias e outros itens de luxo pelos investigados.

O montante ilícito movimentado ultrapassa R$ 151 milhões, com recursos provenientes de aproximadamente 6.300 pessoas, distribuídas em 732 municípios brasileiros.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Compartilhe esta notícia:

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Caminhante

Seguia feliz com os olhos sempre abertos. Em outras oportunidades até fechava os olhos para não ver as bárbaries do mundo. Que eram muitas. Crianças ,mulheres e idosas eram frequentemente

Leia mais »

Receba nossa News

Publicidade

Facebook