Romer e os desapontados da eleição

Romer, com Luciana Genro e Guto Lopes, durante a campanha

Candidato do PSol nas últimas eleições quer falar em nome dos milhares que se revoltaram com a política – e jogaram todo a esquerda na vala que, segundo ele, o PT cavou

 

– Houve um número grande de pessoas que não votaram ou anularam o voto. Igual ou mais até que os votos de André Pacheco – define Romer Guex, 52 anos, mais de 30 fazendo e vivendo a política a Viamão.

Estes é que são os desapontados, segundo ele. As contas, no entanto, não estão muito precisas: André fez pouco mais de 56 mil votos; não votaram, anularam o voto ou votaram em branco pouco mais de 36 mil viamonenses.

– Essas pessoas não reconheceram as alternativas de poder que elas tinham nesta eleição. A derrocada do PT levou toda a esquerda junto.

 

O PSol e os "beijos de homem com homem"

 

Não só o PT, é claro.

– Cidades como Viamão, com gente muito humilde, muitos pobres, há uma influência grande das igrejas evangélicas. E nós, do PSol, somos muitas vezes retratados como os que defendem o aborto, o sexo, beijo de homem com homem… – resume.

Jean Willys, deputado federal do PSol pelo Estado do Rio de Janeiro, é um famoso caso que representa bem o que Romer conta. Ele vem em uma pública disputa particular contra o ultraconservador deputado Jair Bolsonaro, com quem troca farpas, cusparadas e processos na justiça.

Jean Willys, um ex-BBB que é gay assumido, vem sendo tratado como anti-cristo pelos mais diversos naipes evangélicos sobre o tabuleiro do país.

Voltando a Viamão.

– Na eleição daqui, temos que considerar a máquina.

 

Para ganhar, só com coligação

 

Por máquina, Romer quer dizer "cargos".Mas não só isso. O candidato do PSol chegou a fazer um levantamento no site do Tribunal Regional Eleitoral, o TRE, para confirmar a tese de que as maiores coligações, em geral, vencem as eleições.

– Salvo raras exceções. Pode conferir.

Em Viamão, por exemplo, André Pacheco tinha uma turma de 12 partidos apoiando a sua eleição. Com o PT, foram apenas três partidos. O PSol, foi sozinho, como o PDT e PTB.

Na Capital, a tese se repetiu: Nelson Marchezan Jr. tinha 15 partidos aliados. Venceu.

– Percentualmente, fiz a mesma votação de 2008. Mas como competir contra essa máquina toda?

 

Plano: PSol ter um mandato melhor na Câmara

 

Franco, Romer classifica o mandato de Augusto Giraudo, o Augustão – único vereador do PSol nesta legislatura – como "ruim", por assim dizer.

– Vou ajudar o Guto a fazer um grande mandato e me dedicar às tarefas do partido, como dirigente nacional do PSol.

Guto Lopes fez mais votos que Augustão e tirou a vaga do vereador na próxima legislatura.

Se vai concorrer a deputado em 2018? Romer ainda não sabe. É mais provável que não.

– O PSol quer renovar seus quadros e pode ser que haja necessidade de uma candidatura inclusive em chapas majoritárias. Mas meu desejo não é esse, no momento.

 

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