Depois que a relação a direção do partido na cidade azedou, ex-vereador anuncia que deixa o PDT de Viamão
Até quinta ou sexta, Dédo Machado entrega ao PDT sua carta de desfiliação.
Com a saída, ele espera sepultar a discussão interna que o PDT vem criando em torno de sua relação com o governo de André Pacheco. E evita, ainda, um bate-boca público com Alexandre Godoy, ex-presidente do partido, hoje o maior algoz de Dédo no PDT.
Bate-boca, aliás, que Dédo sempre evitou.
Para onde ele vai?
Ao entregar sua desfiliação, Dédo fica livre para integrar qualquer partido – seja ele da base de apoio a André Pacheco ou não.
E convites não faltam.
PMDB, PSB e PSDB já conversaram oficialmente com Dédo. Geraldinho Filho, por exemplo, foi seu colega de bancada na legislatura de 2005 e teria aberto as portas do PSB para ele. Sarico Moura, o capo do PMDB, já tinha convidado Dédo para os quadros da sigla em março deste ano, durante a janela do troca-troca.
Valdir Bonatto, o presidente tucano, fez de Dédo o seu principal interlocutor no plenário da Câmara nos últimos meses de 2016 e também já teria feito corte ao até então pedetista.
Tem ainda Xandão Gomes, grato pela mão de Dédo na sua eleição para presidência da Câmara – e que já ofereceu seu PRB para dar guarda ao amigo.
O que emperra uma decisão rápida é o passado no PT e as parcerias do PDT longe da terra das figueiras. Não é de graça a cautela.
Dédo mantém uma estreita relação com Daniel Bordignon, que venceu mas não levou a eleição de Gravataí, em outubro. Lá, a mulher de Bordignon, Rosane, será candidata em eleição suplementar marcada para 12 de março. Eles já teriam convidado Dédo e a esposa Vanessa para integrarem o governo por lá caso cheguem à vitória de novo.
Mesmo saindo do PDT, manter-se sem partido o permitiria ajudar Bordignon e Rosane na campanha.
Ficar em Viamão é o Plano A
Trocar Viamão por Gravataí não é o primeiro plano de Dédo.
Por ele, fica em Viamão.
Na última sessão da Câmara em 2016, ele se despediu dos vereadores e servidores dizendo que, em 2020, seria candidato de novo – sem especificar se a prefeito ou a vereador. Para isso, teria que ficar.
Dédo é cotado para assumir uma secretaria do prefeito André Pacheco – e ajudar nas relações políticas do governo a partir dali.
Em meados de dezembro, um plano partir a secretaria de Gestão em duas e criar a secretaria de Governo vazou. Dédo seria posto no Governo. A Gestão seguiria sob o comando de Nilton Magalhães e cuidaria mais do planejamento urbano do que das relações políticas – função que, então, seria repassada ao Governo.
Essa nova composição depende de uma reforma administrativa que, especula-se, seja enviada à Câmara ainda em meados de janeiro.
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