Os brasileiros tiveram mais um dia apreensivo nesta sexta-feira (15). Próximo de alcançar a marca de 15 mil mortes decorrentes da pandemia causada pela COVID-19, o ex-secretário da Saúde Nelson Teich anunciou seu pedido de demissão do governo Bolsonaro. Em um rápido pronunciamento ocorrido no prédio do Ministério da Saúde, o ex-titular da pasta não se manifestou objetivamente em relação aos motivos que o levaram a tomar a iniciativa de deixar o cargo.
Com a saída de Teich, que não chegou a completar um mês no ministério, assume interinamente o secretário-executivo Eduardo Pazzuelo. O ex-secretário fez questão de ressaltar que não assumiu a missão frente ao ministério meramente pelo cargo. "Eu aceitei porque acreditei que poderia ajudar o Brasil e ajudar as pessoas", explicou. Teich havia assumido o ministério dia 17 de abril, em substituição a Luiz Henrique Mandetta.
Apesar de agradecer ao presidente pela oportunidade de ocupar a pasta, sabe-se que sua saída é decorrência de divergência com o chefe do executivo, principalmente no que diz respeito à utilização da cloroquina. Para Bolsonaro, o ministro da saúde deveria viabilizar um protocolo de uso do medicamento nos pacientes logo que apresentassem os sintomas iniciais da COVID-19, o que Teich teria se negado a realizar. Vale lembrar que a cloroquina já está liberada para aplicação pelos médicos em casos avançados da doença e com a anuência por escrito dos pacientes.
No pronunciamento, explicou que deixou pronto um plano de ação governamental de combate à pandemia. "As ações foram iniciadas e ele deve ser seguido. É um plano pronto para auxiliar os secretários estaduais, secretários municipais, prefeitos e governadores a tentarem entender o que está acontecendo e definirem próximos passos". Apesar do "foco total na COVID", ele frisou que os pacientes de outras doenças não foram esquecidos durante sua breve passagem. "Todo o sistema foi pensado em paralelo."
"Nesse período auxiliamos estados e municípios a passarem por essas dificuldades. Habilitação de leitos, foram quase 4 mil. São as EPI's, são os respiradores e são os recursos humanos. Em momento de grande crise mundial em relação a insumos", disse. "Nós também iniciamos as visitas às cidades mais atingidas. E a cada cidade em que a gente vai, estamos mais preparados para enfrentar o desafio".
Teich agradeceu aos profissionais de sua equipe e destacou agradecimento aos profissionais da saúde. "Quando você vê o que é o dia a dia dessas pessoas, você se impressiona com a dedicação delas. Correndo o risco, o tempo todo ao lado dos pacientes e das pessoas. É uma coisa espetacular", concluiu.
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