O Diário de Viamão compartilhao texto da Devlyn de Oxum, do movimento Vamos à Luta, que atua contra a intolerância religiosa.
Boa leitura:
Noto que há um grande equívoco na interpretação das pessoas quanto a apropriação cultural.
Em resumo…
"Apropriação cultural ocorre quando uma cultura adota elementos específicos de outra cultura. Estes podem ser ideias, símbolos, artefatos, imagens, sons, objetos, formas ou aspectos comportamentais que, uma vez removidos de seus contextos culturais originais, podem assumir significados muito divergentes." (Resumo extraído da internet).
Trocando em miúdos, apropriação cultural não tem nada ver com indivíduo x indivíduo.
Alguns exemplos claros disso acontecem todos os dias dentro das igrejas neopentecostais.
Acarajé de Deus (cultura afro baiana. Usada pelo neopentecostal como forma de LUCRO, excluindo assim sua origem, sua simbologia e sua cultura).
Pedrinhas de Jesus (sim, os Búzios já chegaram nos templos neopenteconstais. Porém, de forma distorcida e sem nenhuma ligação com sua real origem).
Capoeira Golpel (cultura negra, até pouco tempo atrás, marginalizada e diminuída por ser coisa de preto. Porém, quando há possibilidade de LUCRO com essa cultura, a coisa muda de figura).
Entre tantos outros elementos, não só da cultura negra, que são simplesmente roubados por um sistema extremamente capitalista E RACISTA que somente visa o lucro em cima desses elementos negando assim sua origem, simbologia e cultura original.
Voltando a falar da questão da apropriação da cultura negra, ela é linda e lucrativa.
O negro não é (na lógica do sistema capitalista e racista da sociedade como um TODO).
Retiramos o negro, colocamos seus elementos em pessoas caucasianas e conseguimos assim ter um ganho muito alto.
E assim, nossa cultura vai embranquecendo. Nossos elementos vão se tornando cada vez mais caucasianos e eurocentrados. nossa história cada vez mais vai sendo apagada da sociedade.
A higienização racial é real, cruel e sorrateira.
Deixo registrado um texto maravilhoso que explica perfeitamente a questão das tranças dentro da cultura negra e sua apropriação cultural.
Axé pra quem é de axé.
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