Se o Grêmio quiser que o milagre bata à sua porta, terá que jogar futebol. Ou ao menos tentar. Colocar a bola no chão. Equilibrar a mecânica. Ditar as ações, ao menos nas partidas da Arena.
É claro que a tarefa é árdua. Afinal, o emocional do elenco está na lona. A confiança, então, nem se fala. Felipão fez o que podia. Como um digno ídolo, não fugiu da raia. Mas bateu no seu teto em 2021. Mais previsível impossível. Fora e, principalmente, dentro de campo.
Esqueçamos os três volantes. No meio de semana, Thiago Gomes já esboçou um time proposto também para jogar, notadamente no primeiro tempo. Eis o ponto de partida para Vagner Mancini.
Na coletiva de apresentação, o novo comandante mostrou leitura precisa do cenário semi-caótico. Ao lado dele, o novo vice de futebol, Denis Abrahão, “escalado” para chutar a porta do vestiário. Chega para sacudir o ambiente e para exercer uma função, até hoje, apenas decorativa na gestão Romildo. Antes, o papel, na prática, era de Renato.
Mancini e Abrahão, porém, estão para o Grêmio, como outrora esteve Mano Menezes para a Seleção: o único que aceitou. No caso do treinador, o anti-clímax é escancarado entre a torcida nas Redes Sociais.
Os números são todos adversos. O terceiro rebaixamento parece questão de tempo rodada após rodada. Sinceramente, só não “entreguei todos os pontos”, ainda, por ser futebol. E, principalmente, por ser Grêmio.
Conforme defendido no parágrafo de abertura, porém, a epopeia passa necessariamente pela “arte de jogar futebol”. Com doses cavalares de imortalidade. É claro!
Enquanto existem jogos, a esperança ecoa. O pulso ainda pulsa!!! Que os deuses da bola vistam azul, preto e branco.