A vacinação a passos de formiga e a falta de dinheiro para leitos; Bolsonaro e o câncer que causa tabagismo

Sem ajuda do governo federal o Hospital de Campanha o SUS morre à míngua em Viamão. Não me refiro ao modelo, que é, apesar das dificuldades, um dos maiores e mais universalizados serviços públicos do mundo.

O hospital local, o único do município, luta praticamente sozinho há quase um ano contra a COVID-19. Bonatto alcançou vacinas aos profissionais, essas oriundas do Ministério da Saúde. Nadim ou Russinho, nem isso. Aliás, o prefeito interino do interino falecido queria exigir da direção do HV uma prestação de contas detalhada dos recursos que recebe do Estado.

Ou seja, a "contribuição" tinha o objetivo de jogar o bode na sala. E só.

Acompanhando a coluna do colega Rafael Martinelli publicada nesta quinta-feira (11) no Seguinte:, vejo o alerta de que esse é problema de diversas prefeituras brasileiras. Cachoeirinha e Gravataí, sem verbas, fecharão em breve seus hospitais de Campanha.

Viamão jamais chegou a ter um. Jogou a conta para o SUS – mandou seus moradores para Porto Alegre e região.

Pois o Martinelli também lembra na coluna que o governo de São Paulo está com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que Bolsonaro volte a subsidiar leitos. E o meu amigo jornalista também traz dados preocupantes: No Brasil, a queda no número de leitos custeados pelo governo federal caiu de 10 mil em dezembro para 3 mil em fevereiro.

Outro número: a conta da Saúde também cresceu para estados e, principalmente, municípios. Os custos hospitalares, insumos e EPIs, como as imprescindíveis máscaras, tiveram aumento de em média 300% na pandemia.

E conforme o conselho nacional dos secretários da saúde, que nesta quarta entrou com ação no Ministério Público Federal, filtros para respiradores que custavam R$ 16 antes de março de 2020 hoje custa R$ 100; sedativos saltaram de R$ 500 para R$ 800 e caixas com 100 máscaras que custavam R$ 5 estão sendo vendidas a R$ 40.

O problema só aumenta. Em julho eu já falava da alta dos preços: Hospital Viamão só tem anestésico para mais uma semana; ’Depois, não sabemos o que acontecerá’, diz diretor.

Já a vacinação não termina em menos de 19 meses. E a evolução a passos de tartaruga do total de imunizados confirma a projeção que apresentei em Sem doses, vamos demorar até quatro anos para vacinar todo mundo; Hoje é 73 de dezembro de 2020.

Viamão recebeu, conforme a Comunicação Social Local, 7.691 vacinas e aplicou até esta quinta-feira 4.040. Outras 1.781 estão separadas para a segunda dose.

 

Veja o resumo sobre a vacinação e, abaixo, a analise

 

Ao fim, deixo vocês com as conclusões do Rafael:

"O governo Bolsonaro se mostra especialista na logística da incompetência. Viamão, Cachoeirinha, assim como Gravataí experimentam um platô de estabilidade de infectados e vidas perdidas da altura do Morro do Santana.

Lamentável é que os governos, e a campanha eleitoral também tem sua culpa, pelo exemplo, tenham decretado o fim da pandemia. No ministério da Saúde a desculpa é que o ‘ano fiscal’ encerrou. Em nossa região, os indicadores são de bandeira vermelha, de alto risco, mas sob o nome de ‘cogestão’ as regras aplicadas são da bandeira laranja, de risco médio.

Afinal, todos precisam sobreviver.

É algo como dizer que o câncer provoca tabagismo."

 

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