Ana D´Avila | Reflexões ao sol

“Gostaria de ser como você. Mas não sou. Você é terna, maluca, inquieta. Eu sou um cara que pensa. Não que você não pense. Você pensa! Mas você é leve, trás em si a criança que um dia foi. Eu tenho menos idade, mas já sofri. Talvez você não tenha sofrido tanto. A vida ainda é leve para você. Não acredite muito nela. Um dia talvez te machuquem. E você perderá um pouco da sua alegria”.

Dizem que o sol contém vitamina D. Que se você tomar leite e pegar sol você se enriquece fisicamente. Não desdenho disso, embora nunca tenha aplicado a receita. Gosto de comer ovos duros. Acho que me fortaleço com eles. Com a gema principalmente. Os como duros. Como se fossem dois olhinhos me incitando ao vigor. Que graças a Deus não me falta.

Me faltam  outras coisas. Que tenho até vergonha de citá-las. Numa época em que estar são é privilégio. Num tempo em que ter ovos para comer é quase estar rico. Penso. Penso em todo mundo. Nesta hora da madrugada há sofrimento nos hospitais. E durante o dia, fome em muitas mesas brasileiras. Sou privilegiada e não nego. Assim como não nego minha fé infinita em Deus. E a certeza, de que este tempo difícil passará.

Bem alimentados estaremos algum dia. Depois que os campos estiverem mais verdes. Depois que os políticos se conscientizarem do bem repartido. Depois que as florestas se regenerarem. Depois que o ser humano descobrir seu destino. Depois que a paz sobreviver à guerra.

 Acharemos o caminho. Ele existe. Ele é belo. Não devemos chorar. Devemos orar. Porque mais cedo ou mais tarde, isto tudo passará. Aguentemos com força, sem jamais perder a fé. O sol se põe todo dia e toda manhã renasce com mais força.Que esta força não nos abandone. Precisamos dela para viver. Embora, agora, tenhamos unicamente que sobreviver.

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