Augustão: estou no lugar onde sempre estive

Augusto Giraudo vai voltar a ser eletricista depois que encerrar o mandato, no final do mês

Depois de ter o mandato classificado como "ruim" – não exatamente nestas palavras – pelo líder do partido, Augusto Giraudo responde: eles é que mudaram

 

A uma semana de completar 54 anos – ele faz aniversário em 21 de dezembro -, Augusto Giraudo está desapontado com o posicionamento de Romer Guex, o líder do PSol na cidade. Romer, em entrevista ao Diário, disse que considerava o mandato de Augustão "ruim". Na verdade, disse bem mais do que isso – o jornal é que preferiu deixar para lá.

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– Ele dizia que esse seria o melhor mandato de Viamão. Quem mudou foi ele – conta o vereador, que na última eleição, terminou como primeiro suplente de Guto Lopes, fazendo 702 em toda a cidade.

 

Divisão deflagrada em 2015

 

Augustão credita o distanciamento de Romer aos episódios internos de disputa do partido, deflagrados em 2015.

– Fiz 30% do partido concorrendo sozinho contra eles.

A disputa, claro, não começou ali. Veio de antes. O racha de 2015 foi só o resultado de um "apartheid" político, credita Augustão.

– Eles resolveram estar com a Luciana Genro, com Pedro Ruas, com o Roberto Robaína e sua corrente interna, que a gente sempre combateu. Eu fiquei onde estava, na Unidade Socialista, a US, que tem a maioria nacional.

 

Relação antiga ficou aos cacos

 

Romer e Augustão não se conheceram ontem.

Eles trabalharam juntos quando Romer foi vereador, ainda pelo PDT, no início dos anos 2000. Augustão deixou o gabinete para ser conselheiro tutelar, cargo que ocupou por 10 anos.

– Quando saí do gabinete, fiquei um pouco mais por fora do dia a dia. Mas ainda assim, era fiel ao Romer.

Em 2007, conta que, um dia, foi chamado à Câmara para uma conversa que mudaria o rumo da caminhada política ao lado do então companheiro.

– O Romer me disse que estavam indo para o PSol, um partido novo, alternativa de esquerda, e queria que eu fosse junto. Topei. Me filiei ali no gabinete dele naquele mesmo dia. E fomos todos juntos para os encontros, inclusive o nacional, pela US.

Começaram, então, a travar uma luta interna contra o grupo MES, que tem em Luciana Genro e Roberto Robaína suas principais lideranças.

– Eles controlavam o partido no Estado como bem queriam. Viamão, que tem um partido grande, nunca ganhou um repasse do fundo partidário. Por que tu achas que a gente não tem uma sede? Um lugar para reunir? A campanha deste ano encheu todo mundo de dívidas. De lá, não veio nada – conta Augustão, explicando suas divergências.

– Em 2015, o que aconteceu é que o Romer e o Guto Lopes se aproximaram da Luciana e do Pedro Ruas. Em 2014, ninguém fez campanha para o Ruas aqui. Ele se elegeu mesmo assim. Agora, eles bandearam para este lado. Eu não. Fiquei onde sempre estive.

 

Augustão fica. Quem sabe, até concorre

 

Augustão é eletrecista e deve retomar a profissão quando o mandato se encerrar, no último dia de 2016.

– Eu tenho família, dois filhos. A gente vai à luta, vai se virar.

Perguntado se permanece no partido, diz que sim – mas não vê muitos motivos para seguir essa briga com Romer.

– Ainda temos que conversar com o nosso grupo, ver como as coisas ficam. Enfrentar tudo isso o tempo todo cansa. Não se vale a pena.

Concorre em 2018?

– Não sei. Se o partido quiser, eu vou.

 

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