Coluna da Ana D’Avila: Saraus de Viamão

Foi ali pelo ano 2004 que um grupo de escritores ,poetas e cineastas fundaram a Associação Literária de Viamão.Seguiram-se momentos de efervescência na  cidade. Aos sábados, os integrantes da Associação reuniam-se no Café da Praça para momentos de descontração e cultura. Não faltava música, vinho e pessoas interessantes circulando pelo local para viver o sonho da cultura.

Os saraus poéticos eram o auge destes encontros.Vários integrantes do grupo apresentavam suas criações. A mais expressiva era a poetisa viamonense Lucia Barcelos. Ela tinha o poder invejável de criar textos, de improvisar e colocar uma aura teatral na leitura de suas poesias. O público delirava. Quem estava sempre presente  era o ex-Prefeito Ridi, que muitas vezes abrilhantava as noites. Pegava o microfone para cantar Roberto Carlos.O  Prefeito da época, Alex Boscaini também prestigiava os poetas.

Em meio a tantos problemas existenciais a poesia e a literatura amenizam a vida de todo mundo. Para os criativos integrantes da ALVI isto era fundamental: criar. Não foi em vão que a poetisa Lucia Barcelos assumiu a Presidência da entidade. Seguindo a escritora Fernanda Blaya Figueiró, sua primeira presidente. Tanto Lucia como Fernanda criaram livros   nesta época. Lançando a semente para as novas gerações de poetas viamonenses.

Hoje, eu, em quarentena, relendo Pablo Neruda, lembrei daquele grupo maravilhoso. Sabendo que a poesia e a música representam o lado sadio da existência humana. No poema "A Rua" diz Neruda:"Também te amo, rua repleta de rostos que arrastam sapatos. Sapatos que riscam a roda do orbe insultando armazéns, e vivo no leito de um rio infinito de mercadorias retiro as mãos da devorante cinza que cai,que envolvem a roupa que sai do cinema".

Torço para que com a regeneração ecológica destes  tempos de vírus ainda haja tempo para outras poesias. Com a sensibilidade de seres que  povoarão a Terra. Por certo estas ideias de criação literária voltarão. A humanidade só será feliz quando o ar se tornar puro. Quando houver  fé infinita em Deus e nas coisas do coração. E… espaço para a contemplação de livros de poesias.

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