Viajar é ótimo, quem não adora? Ter a chance de, por uns dias, sair da rotina, viver uma vida diferente, conhecer novos lugares, novas pessoas…
Isto não é diferente para as 45 milhões de pessoas que disseram, em 2010, ao IBGE, que possuem algum tipo de deficiência. Anualmente, a quantidade de pessoas com deficiência que faz turismo cresce, assim como aumenta o nível de exigência quanto à acessibilidade e à qualidade dos serviços prestados pelos locais visitados.
Se há pouco mais de 10 anos encontrar um cadeirante de mala pronta para viagem era fato inusitado, a realidade agora é outra. Ainda bem. Cada vez mais, hotéis, pousadas e agências de turismo estão abrindo os olhos para o potencial do turista de cadeira de rodas.
Antes tratado na improvisação e na boa vontade, hoje em dia o turista cadeirante é visto como uma pessoa economicamente ativa e que exige tratamento diferenciado, além de estar disposto a pagar por isso.
De olho nesse mercado, várias agências já se especializaram em dar atendimento ao turista cadeirante, incentivando donos de hotéis e lugares turísticos a abrirem suas portas para esse público.
Encontrar um hotel com quarto adaptado, guias treinados e atrações que contem com o mínimo de acessibilidade é uma missão que ainda exige horas de telefone e de pesquisa pela Internet e muita dose de paciência.
Portanto, na hora de programar o destino das férias, antecipação é a palavra-chave, para não transformar o período de descanso em um tremendo abacaxi.
Abaixo vão algumas dicas para que este período seja realmente prazeroso, proveitoso e relaxante:
*Ao ligar para fazer a reserva no hotel ou na pousada, pergunte sobre o apartamento adaptado. Mesmo que o recepcionista diga que o hotel tem quarto adaptado e que as adaptações estão todas dentro das normas, comprove. Insista e faça as seguintes perguntas: Qual é a largura do batente da porta? O banheiro tem barras de apoio? Chuveiro ou banheira? Com blindex ou cortina? Há rampas de acesso?
Assim não correrá o risco de chegar lá e descobrir, por exemplo, que sua cadeira de rodas nem passa na porta.
*Caso você utilize cadeira de rodas, é importante lembrar-se de levar as ferramentas para montagem e desmontagem, pneus e câmeras sobressalentes e uma almofada extra. Encontrar um estabelecimento especializado em consertos desse tipo numa cidade que não é a sua pode se revelar uma verdadeira odisseia… Além do quê, em caso de necessidade não perderá tempo procurando, quando poderia estar na praia, visitando o museu ou bebericando com os amigos.
*Em parques e atrações turísticas, lembre-se de verificar sempre os horários de funcionamento para não dar cara com o portão fechado e se oferecem atendimento especializado a pessoas com deficiência.
*Fale com o veterinário: pessoas cegas viajando na companhia de cão guia devem apresentar carteira de vacinação atualizada do animal, com comprovação de vacina múltipla, antirrábica e tratamento anti-helmíntico.
* Se for viajar de avião, ao reservar o seu voo, avise desde então sobre a sua deficiência. Pergunte sobre o transporte da cadeira de rodas, se tem deficiência física, ou de seu cão-guia, se visual. E procure escolher voos diretos, sem escalas: assim você evita deslocamentos como quando é preciso trocar de aeronave para prosseguir a viagem.
*O acompanhante de pessoas com deficiência severa tem desconto de até 80% na tarifa cheia, quando a companhia área avalia e considera que, por razões de segurança de voo e questões técnicas é fundamental a presença de um acompanhante. Esse desconto não deve ser solicitado pela pessoa com deficiência – ele é oferecido pela empresa, que é obrigada a fazer essa avaliação. Nesse caso, certifique-se de que vale mais a pena usar o desconto ou, eventualmente, adquirir uma passagem promocional.
*Bengalas, muletas e andadores devem ser transportados na cabine de passageiros, assim como o cão-guia, que viajará aos pés do dono. Cadeiras de rodas devem ser despachadas (gratuitamente) e são consideradas como bagagem prioritária.
Depois destes cuidados e só aproveitar. Boa viagem!
Fonte: Deficiente ciente
Até semana que vem, Rosana