Empresa chinesa apresenta ao governo brasileiro proposta para assumir o Trensurb – e projeta para encher a região com aeromóveis, inclusive Viamão
Foi notícia no Metro, nesta quarta: empresa chinesa China Railway Engineering Group apresentou ao governo federal uma proposta para assumir a Trensurb, que opera a única linha de metrô do Estado no trajeto entre a Capital e o Vale dos Sinos. E não ficaria só nisso: os chineses tem planos de uma parceria com a empresa gaúcha que opera o aeromóvel no aeroporto Salgado Filho e propõe ampliar o serviço para toda a região metropolitana.
Inclusive em Viamão.
Em troca de 30 anos para explorar o serviço, os chineses estariam dispostos a criar mais de 80 quilômetros de trilhos para os aeromóveis. Só para se ter uma ideia, hoje, o Trensurb opera em apenas 36 quilômetros de trilhos. Quando tudo estiver pronto, o sistema completo quadruplicaria sua capacidade.
Segundo Marcos Coester, diretor executivo da Aeromóvel do Brasil e parceiro dos chineses da CREG, a operação seria rentável e eficiente. Com um público usuário estimado em 1 milhão de pessoas por dia, o sistema bancaria sua própria evolução.
Ainda de acordo com a declaração de Coester ao Metro, o ministro chefe da Casa Civil do Palácio do Planalto, Eliseu Padilha, teria se impressionado com o projeto e estaria disposto a levar os estudos de viabilidade adiante.
Não há prazo para isso, porém.
E como o aeromóvel viria até Viamão?
Segundo os planos divulgados pela Aeromóvel do Brasil, sete linhas de aeromóvel seriam construídas nos eixos Vale dos Sinos e Vale do Gravataí. A primeira delas ligaria a estação Mercado Público ao Terminal Triângulo – de onde os passageiros poderiam optar por seguir até Alvorada ou Cachoeirinha. De Cachoeirinha, também haveria um ramal até Gravataí.
A terceira linha sairia da Borges de Medeiros pela avenida Ipiranga e terminaria em Viamão. O mapa indica a Santa Isabel como o final da linha, mas a empresa estuda uma extensão até a parada 42.
A outra linha do aeromóvel ligaria o Centro ao bairro Tristeza, em Porto Alegre. As demais, todos complementariam o acesso ao metrô, no Vale dos Sinos, especialmente em Canoas e um ramal de extensão em Campo Bom.
Confira, no mapa publicado pelo Metro, as rotas aproximadas dos aeromóveis que os chineses querem fazer na Região Metropolitana
Isso tudo não é maluquice?
Na verdade, não. Só não é uma coisa que saia do papel muito rapidamente. Com a informação divulgada pelo governo federal na semana passada de que não há recursos para o projeto do metrô de superfície pleiteado pela Capital gaúcha desde antes da Copa de 2014, uma parceria com os chineses pode garantir investimentos massa no transporte coletivo da região.
O governo federal não tem um prazo específico para dar o seu aval ao projeto – mas, se der, ainda assim a história pode ser longa.
Os chineses devem provar que tem capacidade financeira para bancar um projeto dessa envergadura e dar início a uma série de audiências públicas para dialogar com as comunidades atingidas a respeito do projeto. Depois disso, uma licitação daria a obra à empresa que apresentasse a melhor proposta – e isso poderia, inclusive, tirar os chineses da jogada caso aparecessem concorrentes com preços maiores.
Só depois de tudo isso resolvido e ajustado é as primeiras movimentações práticas poderiam ter início.
Não é um plano de maluco – mas não esperem novidades decisivas para semana que vem.