Em assembleia realizada pelo Sindicato dos Municipários de Viamão (SIMVIA), os professores da rede municipal decidiram por paralisação de três dias. A Prefeitura foi comunicada nesta terça-feira (4), mas informou que mantém a reabertura das escolas para amanhã (5).
No início da tarde, o SIMVIA emitiu nota sobre a reunião organizada na noite da segunda-feira (3). O texto cita as preocupações da categoria com a pandemia da COVID-19.
Para a presidente Maria Darcila Tinoco, os protocolos de prevenção em vigor seriam insuficientes, e por isso geram receios entre os educadores. Diante disso, a categoria entende que a vacinação de todos os profissionais que atuam na rede municipal é uma das principais reivindicações para o retorno presencial.
– Na assembleia, 80% votou por não voltar à sala de aula. Entregamos ao prefeito uma carta justificando nossa posição e voltaremos a nos reunir para debatermos a sequência da mobilização – afirma Tinoco.
O SIMVIA listou sete motivos para não voltar à sala de aula:
1. O número de óbitos por coronavírus, que já é de 590 (até 3/5), o número de internações no hospital Viamão e em Porto Alegre (68 pacientes);
2. A fragilidade no cumprimento dos protocolos de prevenção ao contágio do covid-19 em todas as secretarias da Prefeitura.
3. Desconhecimento por mais de 90% dos servidores dos protocolos de segurança atuais de suas secretarias;
4. Implementação de fato dos protocolos de segurança nas secretarias;
5. Vacinação para todos os servidores da rede municipal;
6. Valorização dos servidores – reposição da inflação aprovada ainda na gestão Russinho e jamais paga aos educadores;
7. Abertura de diálogo entre o prefeito e o Sindicato, por meio de agenda permanente.
O que diz a Prefeitura
Questionado pela coluna, o Gabinete do Prefeito informou que a volta do ensino presencial para a Educação Infantil e para os primeiros e segundos anos do Fundamental está mantida. Dias 5, 6 e 7, conforme calendário anteriormente divulgado.
O gabinete não quis comentar a paralisação anunciada pelos professores.
Comento eu: o bode está posto na sala. Cada um puxa a corda para onde quer: pais estão preocupados com a "aprendizagem" dos filhos como nunca antes, e os defensores da família tradicional brasileira produzem textões indignados, geralmente dizendo que professor não gosta de trabalhar. Enquanto isso, as crianças são usadas como pretexto emocional para atender a interesses políticos e econômicos. E não importa se alguns adoeçam, desde que esses "alguns" não sejam "alguns" dos deles.
A educação, de repente, virou prioridade, mas o debate se limita a enfiar todo mundo numa sala por quatro horas diárias. Como se de paredes, apenas, dependesse a qualidade do ensino brasileiro.
Quem dera existisse vontade política em vacinar os professores…
A Coronavac acabou; Viamão segue vacinando primeira e segunda doses com AstraZeneca/Oxford





