Governo não quer o PDT de Godoy – e nem precisa

Não é desdém, nem arrogância: André Pacheco se elegeu com 15 vereadores. O PDT, agora, seria só mais um problema

 

O governo de André Pacheco não quer o PDT, como talvez sugira a aproximação com Dédo Machado revelada pelo Diário nas últimas semanas.

O governo talvez queira Dédo. É diferente.

Ou precise dele.

 Com André, foram eleitos 15 vereadores da base aliada. Mesmo nas medidas mais espinhosas, que exigem votação qualificada na Câmara, o governo já contaria com os 14 votos necessários – e um na sobra. Além da “boa vontade” de metade do PTB – leia-se Guguzinho Steit – e a oposição nada contundente de Luiz Armando Azambuja (PT), eleito brigado com a direção do próprio partido.

O novo governo talvez queira Dédo porque teria nele um articulador político experiente para dialogar com a Câmara e a maioria heterogênea que foi eleita. Mas se o governo preferir jogar com os jogadores que tem, como fez Valdir Bonatto, que chamou toda a articulação política para si e dispensou intermediários, Dédo seja também dispensável.

– Não teve convite oficial para mim, nem para o PDT – garantiu Dédo, em mais de uma ocasião.

Ciente de que sua eventual participação no governo é uma escolha do prefeito, ele está.

 

Por um mandato a mais

 

O PDT, nem tanto.

Há duas semanas, o ex-presidente do partido, Alexandre Godoy, andava um tanto conformado com a ideia de ver o seu partido – que fez oposição o tempo todo a Bonatto – sentado ao lado de André Pacheco. Dias depois, no entanto, se deu conta de que o caminho estava errado.

– Não tem problema de conversar com o prefeito eleito, mas ele tem que conversar com o PDT e não só com o Dédo.

Aí começou o gato-e-rato de Godoy com Dédo. Godoy abrindo a boca; Dédo, sob silêncio. Semana passada, Godoy chegou a ameaçar Dédo de expulsão pela proximidade que vem demonstrando com o governo Bonatto.

Godoy não diz, mas só interessa para ele e seu grupo político uma parceria com o governo de André Pacheco se ele chamar Rodrigo Pox para o secretariado. Pox é o único vereador eleito pelo partido, escudeiro de Dédo. Com a vaga aberta, Eda Giendruckzak – mulher de Godoy – voltaria à Câmara.

 

Governo não precisa

 

Com 15 vereadores eleitos e a “boa vontade” de pelo menos outros três, o governo não precisa do PDT – e, no fundo, até prefere que Eda fique de fora da Câmara.  Nos últimos anos, ela e Godoy fizeram o enfrentamento mais febril da oposição, quase um oba-oba, por vezes.

Trazer o PDT para o governo representaria um voto a mais – o de Pox – e um saco de problemas: como resolver a falta de afinidade com Godoy e Eda passados menos de 60 dias da eleição?

Não tem porquê.

 

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