Calma, leia até o final. Fomos Penta em 2002 com uma mecânica pra lá de ortodoxa. Futebol pragmático e ancorado no brilho individual dos craques Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho, nesta ordem. Cafu e Roberto Carlos nas alas.
Como venceu, a memória afetiva nos induz a um 3-5-2 de encher os olhos. Jamais foi! Ano passado, ao rever alguns jogos da Seleção na Copa da Coreia-Japão, me assombrei com o modus-operandi da Família Scolari. A principal estratégia de transição, por exemplo, era o chutão pra frente.
A mecânica do Grêmio na atualidade é bem parecida, em que pese o elenco muito mais restrito, evidentemente. Contra o Ceará, em casa, foram dois cabeças de área fixos e laterais presos como ocorre desde a Era Renato. Duvido que se houvesse público, o Pai do Penta e dos 7 a 1 teria “ousado” tanto na escalação.
Na zona ofensiva, bola pra Ferreira tentar quebrar linhas por meio da velocidade e do drible, e bola na área para Diego Souza. Alisson deu boa resposta como ponta-de-lança. A teoria não pode superar a prática! Com movimentação, caía pelos flancos, fugindo dos volantes rivais. Assim surgiu o primeiro gol. No segundo tempo, o Grêmio abdicou de jogar e abusou da ‘arte de saber sofrer’.
Para o futuro, Thiago Santos e Villasanti numa primeira linha. Rafinha na extrema-direita, Alisson e Ferreira. Um 9. Desde a saída de Giuliano, Grêmio praticamente inexiste no setor direito ofensivo.
Duvido que o veterano camisa 13 dê retorno inferior a todos os testados na função. Poderia, ainda, criar uma interessante dobrada e revezamento com Vanderson. Incrivelmente, Renato, Tiago Nunes e Felipão se negaram a testar o cosmopolita na função. Na camisa 6, Cortez pela solidez defensiva.
Contra times superiores, porém, como ocorrerá frente ao Flamengo, a tendência chama os três médios: T. Santos, Lucas Silva e Villasanti. Sendo assim, é fundamental que os três da frente tenham mobilidade, velocidade e vitória pessoal. Eu escalaria Campaz, Ferreira e Borja.
Felipão já tem desempenho digno de vaga apara a Libertadores. O fAantasma está cada vez mais distante, embora a incômoda presença no Z-4. Faça chuva, faça sol.
Que o temor fique logo no passado e que o calendário voe. Em 2021 o Grêmio trocou o futebol pela sobrevivência. Uma lástima necessária.